Artigo extraído da obra citada na gravura acima. (Veja nota no final do texto) |
Podemos não concordar
com a Bíblia, temos todo o direito de opinar livremente. Todavia, lembremos que
o maior médico da História da Humanidade, Paracelso, (Poderão ler o meu
trabalho: PARACELSO E A COSMOBIOMEDICINA) em que vemos que dava bom uso a este
livro; recordemos que o maior dramaturgo de todos os tempos, Shakespeare,
também o tinha como uma das suas fontes de inspiração. Usava a famosa tradução
de Genebra.
É certo que não existe
uma única linha do Antigo Testamento, que o antigo hebreu tinha costume de não
usar as vogais, como era escrito todo seguido; também é Verdade que faltam
alguns livros que deviam ter sido incluídos; por outro lado, o Novo Testamento
sofre de problemas semelhantes: o original do texto do evangelho de Mateus,
escrito em aramaico, desapareceu; o que temos é a versão em grego. Assim, todo
ele está escrito neste idioma que não usava pontuação. Por isso, os Oráculos,
mormente o de Delfos, acertava sempre: a pontuação dava para os dois lados.
Isso sucede, por exemplo, nas palavras proferidas por Cristo na Cruz, segundo a
versão de Lucas que era médico: a versão da Igreja Católica tem: Em Verdade te
digo: Hoje estarás Comigo no Paraíso. Ora esta pontuação está em contradição
com as Suas palavras escritas por João no seu evangelho, após a ressurreição,
no momento em que encontra Madalena, a discípula muito amada: Não me toques
pois ainda não subi para Meu Pai.
Há textos que não usam a
pontuação, o que está certo, em minha opinião; outros têm pontuação diferente. Para
muitos a melhor versão será: Em verdade te digo, hoje; estarás Comigo no
Paraíso.
Também os erros de tradução
existem desde o começo, exemplo da tradução de célula por costela; como estão
erradas as interpretações literais, quando o texto está pleno de alegorias
astronómicas como nos casos de Sansão, Jacob, etc. Também, o número dos que se
salvam, que surge no Apocalipse, 144 000, é cabalístico. Como sabemos, no
alfabeto hebraico como no grego, cada letra corresponde a um número, revelando
uma profunda união entre o som de cada letra e a matemática, a geometria. Logo,
a Palavra ADM, Humanidade, é igual a A=1; D=4 e M= 40. Ficamos por aqui e vamos
ao tema do meu trabalho, consciente que tudo está mais unido do que se pensa
numa interpretação escolástica ou dogmática.
A cultura hebraica amava
a poesia e a música. Aliás as antigas civilizações, quase todas, dedicavam-se,
com mais ou menos profundidade, a estas duas artes, intimamente unidas.
No caso da cultura
judaica, vejamos o que é relatado na Bíblia.
Jubal, descendente de
Caim, este simboliza todos os que, ao longo da evolução, têm inclinações para
as artes e ciências, foi “o pai de todos quantos tocam harpa e flauta.”
Génesis, 4-21. Por sua vez, Cila teve um filho, Tubal-Caim, que foi o
progenitor de todos os que “fabricavam instrumentos de cobre e ferro.” 4-22.
Quando Moisés conseguiu
libertar o seu povo hebreu da escravatura no Egipto, abrindo passagem no Mar
Vermelho, afastando as águas, para que ele passasse e logo de seguida foi
cerrada, nela morrendo os egípcios com os seus cavalos, etc. Maria, a
profetiza, irmã de Aarão, tomando um adufe e todas as mulheres a seguiram,
cantando e dançando. Êxodo, 15-19.
Por sua vez Davi após a
sua vitória sobre os filisteus é recebido com música e dança por todas as
mulheres que tocavam tamborins e címbalos. I Samuel- 18-6.
Os Salmos são cânticos
cheios de lirismo, de louvores a Deus, de hinos, verdadeiras obras-primas
literárias, certamente criados por vários autores.
No Salmo 20, surge um
Hino sobre a Libertação do cativeiro do povo no Egipto. O mestre do coro
escolhe a melodia OS LAGARES. Certamente isto indica que o local seria onde o
azeite é fabricado. E mais há frente manda que toquem o saltério, que façam
vibrar os timbales, pulsai a melodiosa cítara e a lira e tocai a lambreta.
Em São Lucas, 1-46, eis
a célebre MAGNIFICAT, que o luterano J.
S. Bach aproveitou para criar uma das suas famosas obras vocais, um cântico a Maria,
mães de Jesus. Está composto em ré maior, BWV 243, para ser entoado e tocado
nas vésperas do Natal em Leipzig, onde vivia. É uma magnífica obra que revela a
sua elevada religiosidade de um cristão-rosacruz.
Quanto à poesia esta
preenche uma boa parte da cultura do povo hebraico. Vemos o CÂNTICO DA FONTE,
Números- 21-17, certamente ligado ao trabalho, junto a uma fonte, havia outros
ligados às vindimas, à ceifa.
Nas festas dos
casamentos, além dos cânticos, havia música e dança. No fundo um a íntima ligação
entre a poesia lírica hebraica e a música.
Os Salmos são um
manancial de canções, de cânticos, de hinos, em que a espiritualidade eleva até
aos céus, até Deus.
Nota do autor sobre sua obra: A Música e a Poesia, Elos na Linguagem do Amor Universal
"Partindo de uma
palestra que nos foi solicitada sob o tema: A ligação entre a Música e a
Poesia, pela Editora Helvetia-Suíça-Brasileira, para proferir no 1º FESTIVAL DE
LISBOA DE POESIA- NO AUDITÓRIO DO HOTEL HOLIDAY-INN-LISBOA, e face ao interesse
que as pessoas demonstraram, decidi publicá-la após melhorar e aumentar o seu
texto, introduzindo muitas fotografias ligadas a estas duas grandes áreas da
cultura universal."
Veja trechos de PARACELSO E A COSMOBIOMEDICINA aqui
Página do escritor Delmar Domingos de Carvalho
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