por Eduardo Aroso
Na
Grande Obra tudo aponta para o equilíbrio, mesmo quando os seres em evolução
cometem os mais variados desequilíbrios. A Natureza, em qualquer aspecto, age
sempre na maior economia de esforços para o máximo proveito. Na primavera (H.N.)
tudo cresce, para florescer no verão e haver colheita no outono. Mas a natureza
dá apenas o que dá, porque no (s) ano (s) seguinte (s) haverá mais. Não admira
pois que Cristo desse à humanidade a oração do Pai-Nosso, onde se diz «O pão
nosso de cada dia dai-nos hoje».
Mateus,
no cap. 6 diz-nos «Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem
ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito
mais valor do que elas?».
É
certo que as aves dependem de um espírito-grupo que para elas prepara o
necessário, sendo que o homem é um ego, emancipado, com capacidade de destinar
a sua vida, e na actual época tem que planear e preparar muitas actividades.
Até aqui, tudo parece de fácil entendimento. Mas vejamos a expressão de Mateus
«Não tendes vós muito mais valor do que elas?». Ora é nesta passagem que -
parece-me – está a compreensão do que se disse atrás, ou seja, o homem, na
escala da evolução está acima das aves, mas por isso mesmo deve, quanto à
despreocupação e ao medo, ter uma atitude diferente da que têm esses belos
animais: deve organizar a sua vida, mas sem preocupação excessiva e muito menos
medo, pois retardam a evolução espiritual. Neste ponto encontramos a fé,
atributo do ser humano e não de outras formas de vida inferiores.
Mais
que as suas irmãs (como diria S. Francisco de Assis) do espaço, o homem deve
chegar a ser uma sublime ave da terra, que seja verdadeiramente livre no seu
voar (viver), sem dependência de nenhum espírito-grupo, um ave gloriosa e livre
que apenas se movimente na única energia divina.
Em 07-01-2012
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