Ainda em épocas bem anteriores ao cristianismo, grandes
ensinamentos espirituais já eram entregues através de ritos iniciáticos. Grandes
Templos foram erguidos com a finalidade de servirem de locais apropriados às
diversas cerimônias onde eram conferidos, ritualisticamente, os graus iniciáticos.
Nas margens do Nilo, ainda hoje, podemos encontrar ruínas maravilhosas, que
anunciam uma época em que as iniciações se processavam no plano físico.
Com o surgimento da cristandade, foram incorporadas muitas destas
fases iniciáticas aos seus ritos. Durante os primeiros três séculos da era
cristã, a Igreja primitiva foi, verdadeiramente, a guardiã dos mistérios. Nos
apócrifos originais dos Pais da Igreja, várias alusões são feitas com respeito
aos ensinamentos ocultos, ou gnósticos. São Paulo por sua vez fala nesse
sentido como: "CARNE PARA OS FORTES", e leite para os fracos e
superficiais.
Na primeira Carta aos Coríntios 3:2, diz: "LEITE VOS
DEI A BEBER, — NÃO VOS DEI ALIMENTO SÓLIDO; PORQUE AINDA NÃO PODERÍEIS
SUPORTAR".
Tendo o mundo submergido, cada vez mais, no materialismo, estes
ensinamentos místicos foram sendo esquecidos. Os Templos Iniciáticos, porém,
preservam-se até os nossos dias nos planos internos.
Cada grande religião mundial tem o seu Templo, sendo por
ele inspirada e dirigida em seu serviço. Em a nova interpretação da Bíblia multas
vezes nos é indicado o lugar onde se encontra o Templo Místico de nossa época,
quando cita a cidade de Jerusalém, isto "e, a Nova Jerusalém, constituída
de éter.
Em a Nova "Época, os mais elevados ensinamentos esotéricos
serão dados todos juntos, em uma única Iniciação. A Quadrangular Cidade de Ezequiel,
e as citadas nas Revelações são descrições dos Templos do "Novo Dia",
como também dos corpos cristíficados da nova raça pioneira que neles habitarão.
Ezequiel vê esta Cidade completamente perfeita, iluminada,
num determinado país, formada de uma essência sublimada de fogo, ar, água e
terra. Havia doze portões de entrada nessa Cidade; três em cada lado. Cada
portão levava um nome correspondente ao de uma tribo de Israel,
identificando-se, cada um, com os signos do Zodíaco.
Em conjunto, significam o novo corpo etérico feito de Luz,
qualidade esta que nos habilitará para o nosso encontro com Cristo nas nuvens
da Cidade Santa, para, juntos, reinarmos com Ele em Sua Glória.
As doze tribos indicam a força espiritual dos doze signos
zodiacais que, incorporados no homem, representam as seis raças-raiz.
Esotericamente são chamadas as doze Rosas na Cruz da Humanidade, desabrochadas
naquele glorioso porvir. Em redor dessa Cidade, não haverá fortificações ou
armamentos para guerras, pois, os pensamentos de antagonismos e lutas não
existirão. Nesta Cidade habitarão iodas as tribos de Israel, isto é: a
Humanidade em sua totalidade, renovada.
Com a abolição das guerras, a emancipação dos povos será um
fato, fazendo que uma nova e unida Humanidade tome lugar no meio evoluinte. Uma
maior explicação a respeito da raça que habitará a "Nova Terra"
encontramos no capítulo 12 das Revelações, o Apocalipse. A Nova Cidade, tal
como o corpo humano, será quadrangular, isto é, construída da essência
sublimada dos quatro elementos. Esta Cidade, na alegoria bíblica, tem quatro
portões, guardados por doze Anjos, que representam os doze centros espirituais
despertos que transformam a pedra bruta, o cubo, o corpo denso, em cubo
perfeito da Cidade Quaternária, espiritualizado. Nos portões acham-se escritos
os doze nomes das tribos de Israel, símbolo do elevado impulso das doze
Hierarquias criadoras, que na hora do despertar dos doze centros já citados,
será atraído pelo candidato. Os doze fundamentos dessa Cidade têm os nomes dos
doze apóstolos de Cristo; doze atributos ou forças, simbolizando o
Homem-Liberto. Mostram-nos, também, a nova concepção da consciência racial,
força cristã apostólica evoluinte, aguardada por toda humanidade.
Extraído e traduzido de: "Das Rosenkreutz" por F.Ph.
Preuss.
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