por Corinne Heline
REF. Lucas, cap. 1
Assim como a Virgem Maria, outra iniciada feminina da
Ordem dos Essênios que avançou grandemente no caminho da realização anímica, foi
Isabel, esposa do Sumo Sacerdote Zacarias, mãe de João Batista e prima da
abençoada Virgem Maria. Tanto Zacarias como Isabel igualmente como José e
Maria, eram Essênios e receberam a anunciação evangélica, sendo os agentes de
uma imaculada concepção. Foram eles os instrumentos de expressão de um elevado
Ego, descrito pelo Mestre como "o maior dos nascidos de mulher" que
renasceu na pessoa de João, o Batista.
As duas, Maria e Isabel, conheciam seus filhos antes deles
renascerem, quando ainda se encontravam entre os Anjos do céu. Foi o chamamento
anímico desses dois grandes Mestres que despertou os poderes espirituais
latentes daquelas mulheres excepcionais: destinadas a lhes servirem, honrosamente
de mães na carne. A visita de Maria a Isabel, com as memoráveis semanas que
permaneceram juntas em companhia dos Anjos na solene santidade das montanhas e
dos campos, foi um superior sucesso do espírito destacado nos registros
cósmicos para emulação de todas as demais mulheres do mundo que, em todos os
tempos futuros, as desejarem seguir.
Lendo cuidadosamente o Evangelho de Lucas, notar-se-á que
o Ego que tomou o nome de João, o Batista, já se encontrava trabalhando com sua
mãe, na preparação de seu veículo físico. Ativo e consciente, no ventre de Isabel,
como Espírito, percebeu a vinda de Maria e a saudou com alegria. Para esses
exaltados Seres não existem barreiras, nem mesmo a da chamada
"morte". Funcionam sempre no mais sublime estado de consciência, num
contínuo ser e vir a ser.
Isabel e João foram igualmente beneficiados pela visita
de Maria. A história da comunhão delas – essas santas mulheres – e os
Egos-Mestres que viriam a ser seus filhos carnais, no silêncio das montanhas e
dos campos, é uma das mais belas gemas bíblicas que servem de inspiração para
as mães da nova era.
Cada futura mãe é
influenciada pelo Espírito que virá, por ela, reencarnar durante os meses de
êxtase. A Santa Maria foi particularmente susceptível às tremendas vibrações espirituais
do Sumo Mestre Jesus. Ela caminhava com nova beleza e graça. Suas palavras eram
um contínuo fluir de Sabedoria que anteriormente não possuía em tamanha
proporção e espontaneidade. A radiação da luz que a rodeava (aura) era
deslumbrante à visão comum.
No momento em que Maria entrou no jardim de Isabel, esta
se achava banhada pelo poder do espírito e saudou aquela como a mãe do Ungido
celestial. Também Maria foi levada a uma exaltação de consciência quando
percebeu o papel que Isabel iria assumir na vida de seu filho Jesus. Em
exaltação e ação de graças, entoou ela estas belíssimas palavras: "Minha
alma engrandece ao Senhor".
Durante a visita, Maria usou o aposento e o altar de Isabel
e muitas foram as horas de êxtase de comunhão espiritual que as duas santas e
futuras mães juntas passaram no adorável e silencioso jardim. Foi assim que
elas viveram os três mais importantes meses da época pré-natal, nas montanhas,
física e espiritualmente simbolizando a elevação do conhecimento espiritual.
E
de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, Lucas 1:43-46
Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, Lucas 1:43-46
Zacharias viu, além disso, que seria um grande privilégio
seu ajudar a prover um corpo físico para uso de tão grande Espírito, durante
sua missão na Terra.
E,
respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e
fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.
E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.
E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo.
E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tinha tido uma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo. Lucas 1:19-22
E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.
E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo.
E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tinha tido uma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo. Lucas 1:19-22
Essas experiências muito elevadas são impossíveis de serem
descritas na linguagem humana. Por essa razão os segredos da iniciação devem permanecer
velados para muitos. Só podem ser revelados àqueles que se acham aptos a
recebê-los. Aqueles que os recebem devem permanecer silenciosos aos que os
esperam foram do Lugar Santo, mesmo que eles percebam que ele tenha tido uma
visão no Templo.
Tal experiência provoca sempre naquele que a recebe, uma
transformação interior que o distingue da média dos homens. Ele passará a
difundir uma estranha radiação de sua aura. Suas palavras quer faladas, quer
escritas, comunicam uma vibração de vida, cuja descrição é bem difícil fazer-se
adequadamente. Suas criações, sejam pela palavra escrita ou oral, sejam por
meio de alguma forma artística, levarão sempre infundidos, íntimos
significados, reconhecíveis apenas por aqueles que se acham trilhando o mesmo caminho
de iluminação interna.
E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho.
E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.
E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João.
E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome.
E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus. Lucas 1:57-64
E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.
E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João.
E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome.
E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus. Lucas 1:57-64
Esta “lenda mística” acrescenta que foi João abençoado
com uma belíssima infância e que o espírito de Deus constantemente lhe iluminava
a face e as palavras.
Quando Herodes emitiu o decreto que todas as crianças do
sexo masculino, até a idade de dois anos, deveriam ser mortas, Isabel tomou seu
filho Yohan (João) – o nome da vida, e com ele fugiu para o deserto onde nenhuma
pessoa vivia. Os anjos acompanharam-nos nessa jornada e os protegeram. Quanto à
Zacharias foi morto pelos soldados defronte ao santuário, depois de lhes haver
informado que o menino se encontrava oculto e seguro no deserto.
O ponto essencial das forças do mal, mais ativas nesse
tempo, se concentrava na corte de Herodes. Herodes tinha dupla razão para mandar
chacinar os inocentes: primeiro porque desejava frustrar o trabalho que as
grandes Hierarquias estavam realizando para que se consumasse a salvação do
mundo por meio de Jesus. Em segundo lugar, essa matança era uma forma de se
conseguir sangue, no qual sabia encontrar a força mágica, a essência vital para
a realização de seus propósitos malvados, ainda que a custa de vítimas
inocentes e puras.
Tanto os Irmãos da Grande Irmandade Branca como os da
Negra tem um método de transferência da essência do sangue para “algo mais”.
Essa verdade é escrita no estranho hieróglifo de Abraão, o judeu, descoberto
pelo alquimista Flamel. Nele se explica como por meio do massacre de inocentes,
foi gerada a força mais tarde empregada por Herodes e sua corte em práticas nefandas.
Sempre houve um íntimo laço anímico entre Maria e sua
prima Isabel, bem como entre seus filhos Jesus e João, o Batista. Ao tempo da
perseguição de Herodes foi Maria, que em corpo astral, avisou Isabel para fugir com o menino para o
deserto. Passando logo depois nas proximidades desse local, a Sagrada Família
alegremente os saudou em espírito.
Quando João,o arauto de Cristo ,era ainda jovem, sua mãe Isabel
passou para o “mais além “,ocasião em que o rapaz ficou sob os cuidados de um
santo homem do deserto,um iluminado essênio incumbido de prepará-lo para essa
missão.
Nem a morte, nem o tempo, nem o espaço físico jamais
constituíram barreiras para os Iniciados. Por isso muitas vezes recebeu João a visita
de seus pais e tios. E, ambos os meninos, Jesus e João, cresceram, portanto,
juntos, em graça e sabedoria.
Esse belo relacionamento de espíritos tornou-se mais
forte e vibrante com os anos. Durante sua prisão recebeu João, muitas vezes, a
visita de Maria e Jesus. Avisado da aproximação de grande luz que seus olhos
espirituais podiam vislumbrar e que, penetrando se difundia por toda a cela,
caia João de joelhos, e adoração e reverência. E além dos dois iluminados
visitantes estavam hostes de anjos.
Ao chegar o tempo de seu martírio, esse elevado espírito,
João, partiu da escuridão para a Luz, num consciente sacrifício, de boa
vontade, em nome de seu Senhor.
Traduzido da Rays from the Rose Cross (década de 1965) publicado na revista Serviço Rosacruz, de setembro a novembro de 1966.
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