30 de jun. de 2012

O Reino dos Céus


A profecia a que Cristo se refere no capítulo 11 de Mateus é dada em Malaquias 3:1 : “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos”.

O “Reino dos Céus” do qual Cristo Jesus falou, obviamente se refere ao novo reino que Ele estava inaugurando, um reino de ideais mais elevados do que o imediatamente precedente. Acerca deste reino novo, Max Heindel escreveu no capítulo IX de sua obra Maçonaria e Catolicismo: “Cristo, em Mateus 11:12, disse que ... desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Esta não é uma tradução correta. Esta deveria ser: O reino do céu foi invadido (do grego biaxetai), e os invasores se apoderaram dele. Homens e mulheres já aprenderam, através de uma vida santa e útil, a deixar de lado o corpo de carne e sangue, de forma intermitente ou permanente, e a andar pelos céus com pés alados, concentrando-se sobre os serviços de seu Senhor, vestidos no traje nupcial etérico da nova dispensação.

“Esta mudança pode ser realizada através de uma vida de simples ajuda e prece, como é praticada pelos Cristãos devotos, não importando a que igreja estejam filiados ou se seguem o caminho dos Filhos de Seth. Outros conseguiram isso, seguindo os exercícios específicos dados pelos Rosacruzes”.

No entanto, os exercícios acima mencionados mostrarão resultados estéreis a menos que acompanhados por atos constantes de amor, porque o amor será a nota-chave da idade vindoura como a lei é da ordem presente.

Outro ensino foi ainda clarificado neste momento para aquele “que tem ouvidos para ouvir”: o do renascimento. Esta doutrina ensina que os seres humanos, Espíritos diferenciados em Deus, nascem repetidamente melhorando seus corpos gradualmente para aprender as lições em a ensinadas na grande Escola Divina da Vida. Desde que o homem teve que aprender a conquistar o mundo material, a doutrina do renascimento foi ensinada de uma maneira velada, até que a massa da humanidade estivesse pronta para isto. Este tempo chegou, e o ensino do renascimento agora está sendo aceito por um número cada vez maior de pessoas do Mundo Ocidental ( os orientais nunca descartaram este ensino). Além da aformação clar de Cristo Jesus: “Este é Elias (Elijah), que tinha que vir”, ainda há outras. Em Mateus 17:12 está a afirmação: “Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram”. Então no capítulo 16 de Mateus Cristo pergunta a Seus discípulos: “Quem dizeis que Eu, o Filho do Homem, sou?”. A resposta veio: ”Alguns dizem que tu és João Batista;alguns Elias e outros, Jeremias, ou um dos profetas”. Obviamente, os que fizeram tais afirmações acreditavam na doutrina do renascimento.

7 de jun. de 2012

Edificando Sobre a Rocha

por Gilberto Silos

Por que as pessoas se abalam e se desesperam diante das provações? Por que muita gente saltita de religião em religião, de filosofia em filosofia, e nunca se encontra? Por que muitos cristãos, na prática, demonstram duvidar do próprio Cristianismo?

Obviamente, não existe uma resposta única a todas essas questões, mas, os fatos revelam que uma delas é a falta de uma vivência prática da essência da religião ou filosofia abraçada.

No caso específico dos cristãos, é importante destacar que Cristianismo não é entendimento de doutrina mas estado de consciência. A experiência dos evangelhos é vivida, ao passo que a doutrina é apenas inteligida, pensada. A teologia que embasa a doutrina é um processo intelectual, indireto, infinitamente inferior ao contato intuitivo, direto, com a grande realidade dos ensinamentos do Cristo.

A consciência do Cristo, latente em cada espírito, é um poder ou energia em busca de uma saída ou canal de expressão, através da vida do ser humano. Ninguém pode intitular-se cristão se não expressar em sua vida diária, na forma de pensamentos, sentimentos, palavras e atos, todos aqueles preceitos ensinados pelo Cristo através de sua vivência nos três anos de Seu ministério. Ele não apenas predicava mas praticava. A prática fortalece a fé pela comprovação dos efeitos de cada atitude, ilumina, orienta e amplia a si própria. Na experiência do dia-a-dia o cristão encontra a verdade sobre várias facetas. Nas crises mais profundas, nos momentos mais tenebrosos, a vivência lhe aguça a sensibilidade para encontrar a saída, calejando-lhe a alma na superação dos desafios. Não há tesouro algum no mundo que se compare a esse aprendizado.

Enquanto o cristão não tiver essa experiência interior, decorrente de uma vivência prática dos ensinamentos evangélicos, não conhecerá a "fé que remove montanhas". Sua estrutura anímica estará assentada sobre a areia, sendo incapaz de resistir à mais leve borrasca.
Publicado no informativo ECOS Março 1998  da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil

A Egrégora

por Osvaldo Madureira

REF. Atos dos Apóstolos, cap. 20 - vers.7 a 12.

Vers. 7 "No 1° dia da semana estando nós reunidos para partir o pão"

Paulo se refere à uma reunião DEVOCIONAL ocorrida num domingo. (1° dia da semana). "...para partir o pão". O pão transubstancial é a panaceia de Cristo, que cura os corpos e alimenta a alma. 

Vers. 8 "Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde nos achávamos reunidos."

A presença de irmãos LUZEIROS, e possivelmente de Irmãos Maiores nesta reunião era visível por Paulo e a união com os pequenos carvões (Irmãos de BOA VONTADE) acendiam uma grande fogueira sagrada, uma egrégora temporária que se elevava à Deus.

Vers. 7 "...e o discurso de Paulo se estendia até à meia noite."

Nesta hora se reúnem os Irmãos Maiores em sintonia com Cristo para prover a Panaceia de Cura e transmutar todo o mal em bem. À meia noite é também a hora propícia para inicio de grandes atividades nos mundos espirituais com a participação generalizada de Irmãos fiéis sevidores.

Vers. 9 "Um moço chamado Eutycho sentado na janela, adormecido profundamente caiu do terceiro andar abaixo e foi levantado morto."

Eutycho por mérito e de modo inconsciente foi envolvido pela Egrégora se projetou naquela noite até o 3° céu onde recebeu lições pertinentes àquele plano de evolução.

A egrégora esvaneceu com a retirada dos irmãos Luzeiros.

Eutycho foi arrebatado do 3° Céu onde se projetara durante à exposição de Paulo, e retornou a seu corpo físico, acidentando-se.

É um fato notável que reuniões em ambiente propício de puras e elevadas vibrações, os participantes podem se projetar conscientemente ou não a planos superiores, para trabalhar, investigar, ou receber lições diretamente da fonte.

Também é notável que todo aquele que se propõe em servir a sua Natureza Superior, e o faz com persistência, gradativamente se ilumina, dourando-se a ponto de ser notado pelos Irmãos Maiores, que vem a seu encontro e o auxilia no seu crescimento anímico.

Vers. 10 "...descendo Paulo (do 3° Céu em socorro de Eutycho) debruçou-se sobre Ele e abraçando-o disse: Não façais alvoroço pois a sua alma esta nele."

Paulo curou Eutycho.

Vers. 11 "então Paulo subiu (ao 3° Céu e retomou seus deveres sagrados) partiu o pão e comeu e falou-lhes largamente até o romper do dia." Vers. 12 "Levaram o moço vivo e ficaram muito consolados."

A Egrégora da Fraternidade Rosacruz , criada e mantida pelos Irmãos Maiores é um clima de cristalinas vibrações, que contagia a todos. Um Santuário propício de regeneração de corpos e de elevação de Almas. A pureza é a tônica Santa que mantém esta Santa Egrégora, que se ergue até o Pai.

Nossa participação como pequenos carvões (Irmãos de Boa Vontade ) é de suma importância para nosso crescimento físico, moral e intelectual a serviço de nossa Natureza Superior, e também fazemos parte da dinâmica da Egrégora da Fraternidade.

Publicado no informativo ECOS JUL/AGO 1997  da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil



6 de jun. de 2012

Qual é a Minha Família?

por Gilberto Silos

"Nisto chegaram sua mãe e seus irmãos, e tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora a tua procura. Então Ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha rnãe e meus irmãos. Portanto qualquer que fizer a vontade de Deus, esse e meu irmão, irmã e mãe"   (Marcos, Cap.3:31)

Uma leitura afoita desta passagem bíblica pode induzir a uma interpretação equivocada. Aos mais apressados ou superficiais em sua análise, pode parecer que em Cristo não existia amor familiar. Não é assim. Esse episódio deve ser interpretado à luz do cristianismo esotérico. É necessário aprofundar-se na essência, deixando a roupagem de lado.

O Capitulo 03 de Marcos carrega um conteúdo profundamente simbólico. "Tua mãe, teus irmãos e irmãs" significa a família carnal. Ora, aquela centelha do Cristo Cósmico, individualizada e manifestada no corpo físico de Jesus de Nazaré, pertencia a uma outra Onda de Vida, muito mais evoluída que a nossa. Não tinha nenhum laço de parentesco com quem quer que fosse da humanidade. Alguém pode até afirmar: "Se o corpo utilizado por Cristo era de Jesus, então tratava-se da numerosa família do exaltado filho de Maria. Maria e José, os pais, eram altos iniciados. Max Heindel assevera que a concepção de Jesus ocorreu num ato único, revestido de toda pureza. E improvável que uma grande iniciada como Maria tivesse uma prole numerosa. Sendo assim tudo indica que "Tua mãe, teus irmãos e irmãs" simboliza qualquer família humana.

O Cristo, entretanto, foi mais longe quando respondeu: "Quem é minha mãe e meus irmãos?" e correndo o olhar por todos os presentes disse: "Eis minha mãe e meus irmãos". O que significa tal resposta? É uma alusão ao amor universal, uraniano, em que o sentimento familiar abrange a raça humana na sua totalidade; em contraposição ao amor venusino, restrito aos laços consangüíneos. O amor mencionado por Cristo é despojado, capaz de superar as barreiras da nacionalidade e da raça, proclamando que sua pátria é o mundo e não o espaço físico geográfico limitado onde nasce o corpo. O espírito não tem pátria. É um filho do Cosmos. Do amor de Cristo nasce a capacidade interior de superação dos dogmas e sectarismos religiosos e a compreensão de que a verdadeira religião se manifesta na prática do bem. Seria oportuno refletirmos sobre isso, porque a religião da Idade de Aquário provavelmente não será uma instituição organizada que substituirá as já existentes, mas um estado de consciência que, eventualmente, revelará a unidade subjacente em todas as doutrinas.
Publicado no informativo ECOS da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil

5 de jun. de 2012

A Comunidade Cristã


por Osvado Madureira

REF. Atos dos Apóstolos, cap. 5 - vers.32 a 36
Após a partida de Cristo Jesus da Terra, o legado da divulgação do Cristianismo, no plano físico, passa a ser de responsabilidade da própria humanidade. Doze Apóstolos pioneiros, representando doze Hierarquias Divinas, assumem esse árduo trabalho: recebem o "batismo do fogo", curam enfermos e predicam o Evangelho.

Pedro tem um papel preponderante na formação da primeira Comunidade Cristã: "...pois Eu te digo que tu também és Pedro e sobre tua pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares pois na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado dos céus. " (Mateus 16:18 e 19).

A Comunidade Cristã reunia um grupo incomum de pessoas. Estas se propuseram a seguir o seu Cristo interno, o Eu Superior, e edificavam, através do árduo trabalho altruísta e amoroso, a egrégora dourada interior, banida das trevas.

Ananias e Safira não estão em sintonia com esse grupo e é a eles que vamos enfocar a nossa atenção.

Podemos e devemos nos perguntar: o que há de errado em vender uma propriedade, reter parte do dinheiro e dar a outra parte à Instituição Cristã? E porque pagar com a morte se assim não procedermos?

A linguagem bíblica as vezes parece confusa, sombria e até incompreensível, porem é riquíssima de verdades espirituais ocultas.

Ananias e Safira estão no limiar de atender ao Cristo Interno, mas o apego aos seus bens materiais ainda é uma pedra de tropeço em seus caminhos. São Egos que vivem naquele momento um conflito interno, sabem que devem dar o passo decisivo para atender ao chamado interno, mas falta-lhes a força de vontade para fazê-lo, sabem que têm de libertar-se dos grilhões da personalidade e dos apegos do mundo, estão convencidos do caminho que devem tomar, porém não estão persuadidos a fazê-lo; a balança de seus valores pende para a matéria, em detrimento do Espírito. Incapazes de servir ao Graal. Ananias e Safira pactuam com Satanás (o tentador). Astutamente manipulam indevidamente seus dons e virtudes a serviço de sua personalidade. Esta, por sua vez, lhes garante o poder temporal mundano para desfrutar do falso reinado. Tentam conviver com suas duas naturezas, unindo a personalidade viciosa e egoísta à Natureza Superior que requer virtudes e altruísmo. Mas não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo , ou se serve ao Eu superior ou ao Eu inferior, quando se serve a um, o outro se afasta; é lei natural que o inferior deve servir ao superior por livre arbítrio.

Pedro, conhecedor da natureza humana, percebe a trama do casal e aborda Ananias publicamente no templo, revelando sua fraude contra seu próprio Ego.

          Num sentido figurativo os argumentos bíblicos significam:
"vender as propriedades"; é desapegar-se de todo elo que escraviza o Ego, é libertar o Espírito da matéria,

"reter parte do preço"; é não dar-se integralmente em favor da humanidade, é manipular indevidamente dons adquiridos a favor da personalidade,

        "dinheiro da venda"; é a virtude extraída do desapego da matéria,

"depositar aos pés dos apóstolos": a verdadeira dádiva leva consigo o doador, é edificar em si o Corpo-Alma, é dar mais um passo para integrar-se ao contexto da evolução.

         "Ananias tombou e expirou ": Ananias foi resgatado para a vida mundana.

Por ora Ananias fracassa, a personalidade Ananias foi mais resistente e impediu sua Natureza Superior de tomar seu devido lugar, o de dar-se amorosamente e altruisticamente no altar do sacrifício pela humanidade e, então, Ela se retira. "Os jovens" (Almas novas) o resgatam e o sepultam na vida mundana, é dela que Ananias deverá extrair a virtude que um dia o libertará dos apelos do mundo, e assim Ele estará pronto para seguir o seu Mestre, o Eu Superior. Finalmente o seu ARMAGEDON, a luta interna entre a personalidade e a Natureza Superior, terá como vencedora esta última.

A história se repete com Safira, cujo destino a colocou unida a Ananias para juntos resolverem um problema comum. Todo homem tem dentro de si uma mulher. Esta representa a sua outra metade como "Energia criadora" , potente para ser transmutada nas miríades formas que o poder criador pode assumir epigenicamente.


Ananias e Safira , Vontade e Imaginação, caminham juntas e se completam na Atividade do trabalho do mundo, devem adquirir o mérito, cuja essência alimenta a Alma. Unidas terão de edificar sua egrégora fundamentada na pedra do seu Ser, terão de transformar-se num fulgurante diamante talhado e polido, deverão servir ao "Cristo Interno, o Senhor Absoluto".

A humanidade para integrar-se à Comunidade Cristã deve também , vencer a prova do "DESAPEGO". Esta é a luta de todos nós seguidores de Cristo. O desapego às posses mundanas, à sensualidade, à arrogância , à ganância, à mentira, enfim a todos os vícios da personalidade, deve estar fundamentado em dar-se com a dádiva. Não se pode fraudar contra nossa própria Natureza Superior quando assumimos o compromisso de servi-la; se assim o fizermos estaremos nos condenando ao ostracismo no Mundo. O desapego promove a reforma de nossas vidas e coloca-nos rumo à Iniciação. Este é o objetivo que devemos assumir para vivenciar a nova e verdadeira identidade, a da transformação do nosso Deus latente em Deus potente e virtuoso.

Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil – Jan/Fev 1999

4 de jun. de 2012

A Parábola da Rede

"Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E estando cheia, à puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para as cestas os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá pranto e ranger de dentes. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de famí­lia, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". (Mateus, 13:47 a 52)
A palavra "rede" usada freqüente­mente nos Evangelhos como um meio de apanhar "peixe" simboliza os corpos superiores (principalmente o corpo de desejos) que formam a parte invisível, a mais extremamente importante do com­plexo organismo humano e que conduz ao Ego (o Espírito interior) as experiên­cias (peixes) que são transmutadas em alma ou alimento para o Espírito.
Como está estabelecido no Conceito Rosacruz do Cosmos, o homem é um tríplice Espírito, possuindo uma mente por meio da qual governa um tríplice corpo, que ele emanou de si mesmo para ganhar experiência. Transmuta o tríplice corpo em tríplice alma, por meio do qual ele se alimenta passan­do da impotência à onipotência.
O "mar" representa o Mundo do Desejo, que interpenetra a Terra e se estende além da sua superfície e como qual cada pessoa tem contato por meio do seu próprio corpo de desejos individual.
Quando a "rede" fica cheia, isto é, quando no fim de uma vida terrestre o corpo de desejos fica cheio de experiên­cias o corpo físico é abandonado. Co­meça então um período de separação, "juntando os bons num cesto e lançan­do os maus ao mar". Vem primeiro a experiência purgatorial, como nos ensinou Max Heindel.
"Há duas atividades distintas no Purgatório. Primeiro, há a erradicação dos maus hábitos. Por exemplo, o beberrão continua a desejar a bebida da mesma maneira que desejava antes de morrer, mas agora ele não tem es­tômago nem aparelho digestivo que possa conter o álcool, de forma que, embora possa freqüentar todos os lugares onde se bebe, embora possa meter-se num barril de whisky, penetrando no lí­quido, não obtém satisfação. Não se produzem os vapores que são produzidos quando tem lugar a combustão no es­tômago. Ele sofre, assim, todas as tor­turas de Tântalo".
"Mas, como o desejo neste mundo morre quando verificamos que ele não pode ser gratificado, com o tempo o beberrão fica curado do seu desejo de beber, porque ele não pode ingerir a bebida, e assim, no próximo renasci­mento, ele nasce inocente deste vício. Todavia, ele deve sobrepor-se ao vício "conscientemente", e assim, em certa ocasião, vem a tentação para prová-lo. Depende dele o sucumbir ou sobrepor-se à tentação. Se cede à tentação, peca novamente e de novo deverá ser purgado, até que por fim, as penas acumuladas nas repetidas existências purgatoriais, fará com que despreze a bebida. Então ele se sobreporá conscientemente à tentação e não mais terá sofrimentos provenientes desta fonte".
"Nas experiências seguintes, no mundo celeste, os bons desejos e atos de desprendimento constituem a base dos sentimentos e desejos amalgamados no Ego pelas forças alquímicas espirituais gerados durante as experiências no Primeiro Céu que transformam essas experiências em faculdades uti­lizáveis em futuras encarnações".
Dessa maneira, Cristo Jesus des­creveu-nos a Religião da Nova Idade,a religião que ajudará o homem a se tornar um ser novo e superior.
"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que dão a cada um e a todos, exatamente aquilo que necessitam para o seu desenvolvimento."
"Na maioria das passagens Bíblicas onde se fala de "carne" é evidente que não se trata do alimento cárneo. O capítulo de Gênesis em que pela primeira vez se fala dos alimentos convenientes ao homem diz que ele poderia comer de toda árvore e de toda erva que produzisse semente e "que isso seria para o homem como a carne". Os povos mais evoluídos sempre se abstiveram de alimentos cárneos. (Max Heindel).

Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil – Jan/Fev 1979

Cristo-Jesus: Senhor do Sábado


"Naquele tempo passou Jesus pela seara, em um sábado; e os seus discípulos tendo fome, começaram a colher espigas do cereal, e a comer. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. .. ...Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor." (Mat. 12:1-8)

A palavra "cereal" aqui recorre à semente de trigo, que era o grão principal, crescida na Palestina nos dias do Novo Testamento. Pelos campos pequenos de trigo havia caminhos estreitos, ao longo dos quais os viajantes passavam indo de uma parte do país a outra.

Às vezes eles estavam sem comida, e como lá na redondeza não havia nenhum lugar público para comer, era habitual para os viajantes famintos arrancarem um pu­nhado de trigo, separar os resíduos da se­mente rodando-a nas mãos, e comer. As­sim era totalmente conforme os costumes do dia em que Cristo Jesus e Seus Discí­pulos partilhariam o trigo para satisfazer a fome deles. Porém, os Fariseus, sempre pren­dendo-se à lei, críticos e intolerantes de qualquer ensinamento progressivo ou re­volucionário bastante para subverter seu regime de posição e poder, estavam ansio­sos para acusar Cristo Jesus e Seus seguido­res de violar alguma lei. Neste caso era a lei que decretou guardar o sábado.

Na Bíblia de Referência de Scofield nos é dito que: "o Sábado" ("decesso") aparece nas escrituras como o dia de des­canso de Deus no final do trabalho de cria­ção (Gen. 2:2,3). Por 2500 anos de vida humana, absolutamente nenhuma menção é feita. Então o Sábado sagrado foi revelado (Ex. 16:23; Ne. 9:13-14). Foi feito uma parte da lei (Ex. 20:8-11), e investiu com o caráter de um "sinal" entre Jeová e Israel e uma lembrança perpétua para o Israel de sua separação de Deus (Ex. 31:13-17). Foi observado através de descanso com­pleto (Ex. 35:2-3), e pela ordem expressa de Jeová um homem foi morto por juntar lenha no dia de Sábado (Num. 15:32-36). Além de manter o sacrifício continuado (Num. 28:9) e sua conexão com os ban­quetes anuais, o sétimo dia de Sábado nunca foi um dia de sacrifício, adoração, ou qualquer maneira de serviço religioso. Era apenas e tão somente um dia de des­canso completo para o homem e animais, uma provisão humanitária para as neces­sidades do homem. Nas palavras de Cristo, "o Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado" (Marcos 2: 27). Nosso Senhor achou a obser­vância do dia embutida com evasões rabínicas (Mateus 12:2) e restrições, completamente desconhecidas para a lei, de forma que Ele mesmo foi tido por ser um transgressor do sábado pelas autoridades religiosas da época.

A resposta de Cristo Jesus à acusação dos Fariseus retrata bem um prin­cípio básico da nova religião sendo conduzida pelo grande Espírito Solar. O regime de lei de classes favorecidas e posição estava se acabando; o regime da importância essencial e dignidade do indivíduo estava começando. O dia de sacrifício material estava terminando; o dia da misericórdia estava sendo inau­gurado. A letra da lei era para dar caminho para a verdadeira espiritualidade.

Relativo a este assunto Max Heindel escreveu pertinentemente: "A Bíblia diz que a lei era suprema até o advento do grande Espírito Solar. Cristo co­meçou uma fase nova de evolução sob o princípio do AMOR E REGENE­RAÇÃO. Isto terminou o regime de Jeová e a balança de Saturno, não abruptamente é claro, pois sempre houve uma sobreposição entre o velho e o novo. Porém, desde então, os Cristãos pioneiros entraram na segunda, ou Solar, parte da Época Ariana, substituindo o dia do Sol (domingo) pelo dia de Saturno (sábado), como um dia de adoração".
Traduzido e Adaptado da "Ray from the Rose Cross " 8/ 85 por Eduardo Melo
Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil - Jan/2003