20 de mar. de 2016

O Templo, Áries e a Obra

                                                                                                 por Jonas Taucci
Se nos limitamos a uma interpretação dos Evangelhos simplesmente pela letra mata”, e não pelo o espírito vivifica”, (Paulo em seu segundo livro aos Coríntios 03:06), pouco progresso espiritual alcançaremos. Obteremos conhecimento e não sabedoria.

Os Ensinamentos Rosacruzes nos informam que os quatro evangelhos, são quatro (veladas) fórmulas de iniciação, e que situações e personagens destes evangelhos, estão no íntimo de cada um de nós, num trabalho alquímico interno a ser realizado pelo aspirante rosacruz.

E, entrando no Templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam, dizendo-lhes: Está escrito; a minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores. E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo.(Lucas 19:45 a 47).

Muitas pinturas, gravuras e filmes cinematográficos, representam Cristo – de forma enérgica – expulsando os mercadores do Templo, e este seu comportamento, por vezes choca as pessoas. Evidente tratar-se de uma alegoria, e o aspirante rosacruz terá de transporta-la para o seu interior.

Vejamos

O TEMPLO: Representa nosso íntimo, interno, como bem diz Paulo em sua 1ª Carta aos Coríntios, 03:16: Não sabeis que vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?

EXPULSAR OS QUE VENDIAM E COMPRAVAM: O comércio interno que fazemos, barganhando e comercializando nosso Eu Superior (virtudes) com nosso Eu Inferior (mazelas); os conchavos com nossos erros. A justificativa (!) de nossas falhas.

A MINHA CASA É CASA DE ORAÇÃO: Aqui, entenda-se não apenas as orações mentais ou verbais que fazemos, mas sim uma vida consagrada a prestar auxílio – amorosamente – a nossos semelhantes; uma oração superlativa, com conotações Crísticas. A oração comportamental.

MAS VÓS FIZESTES DELA UM COVIL DE SALTEADORES. O (lamentável) prevalecer do Eu Inferior em nosso íntimo.

E TODOS OS DIAS ENSINAVA NO TEMPLO: Aqui uma relação maravilhosa com um trecho do Hino Rosacruz de Abertura: Falhando embora, vamos ver: a persistência há de vencer. E num crescendo gradual, o bem sublimará o mal. A persistência na bondade, habitando o Templo Interno de cada um de nós.

MAS OS PRINCIPAIS DOS SACERDOTES E OS ESCRIBAS, E OS PRINCIPAIS DO POVO PROCURAVAM MATÁ-LO.

Sacerdotes: Aqueles que serviam no templo. (Religião)
Escribas:  os alfabetizados, raríssimos à época. (Intelecto)
Principais do povo: Os títulos e cargos – todos - deste plano físico. 

Estas três classes são bem relatadas por Lucas!

Aqui uma clara admoestação – respectivamente -  sobre vaidade e orgulho; religioso e intelectual e também o apego a cargos meramente temporários desta vida. Tudo isto, contribui (e muito) para matar o Cristo, como diz Lucas, ou seja, esotericamente sufocar o Cristo Interno que habita em cada ser humano.

Vemos acima uma pintura de autoria de Giotto (c. 1267-1337), esta obra encontra-se na Capela de Scrovegni na cidade de Pádua, Itália. Chama-se Cristo expulsa os vendilhões do Templo”.

Uma simbologia – astrológica - interessante que aprendemos com os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, é a forma enérgica de Cristo nesta citação bíblica; e ela é encontrada na referida pintura.

Carneiros e cabras eram alguns dos animais levados ao Templo para serem sacrificados.

Energia é uma palavra basicamente relacionada à Marte (regente de Áries). Muito significativo que nesta pintura de Giotto, apareça o Carneiro (Áries), signo relacionado a Marte, numa alusão à direcionarmos nossa energia marciana – de uma forma alquímica - para expulsar de nosso Templo (interior) os vendilhões (nossas mazelas).

Eis a obra do aspirante Rosacruz!

Não mais sacrifícios externos, mas sim um sacrifício interno, o oferecimento de nosso EU SUPERIOR à serviço da humanidade; a bondade apregoada por Cristo.

Em 20 de março de 2.016, aproximadamente 01h31m (horário de Brasília), o Sol ingressa no signo de Áries; muito oportuno meditarmos sobre o texto acima durante a passagem do Sol por esta Divina Hierarquia Zodiacal, e principalmente nos empenharmos em realizar – ainda que lentamente – esta OBRA.

Toda outra ciência é prejudicial a quem não possui a ciência da bondade. (Montaigne,1533 – 1592 em Ensaios).