"Mas
falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para a nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo
conheceu; porque,
se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas como está escrito: As coisas que
o olho não viu e o
ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.
Porém, Deus
no las revelou pelo Seu Espírito, porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas
de Deus". (CoríntiosI, 2:5-12)
O fato da Sabedoria de Deus tornar-se oculta e um “mistério”
para o ser humano é devido à "queda do homem". Em determinado ponto
de sua longa jornada evolutiva septenária, para passar da "consciência
coletiva" para uma "consciência própria", a humanidade
desviou-se do plano divino original que lhe fora reservado. Com isso cristalizou-se
tanto que perdeu o contato consciente com os mundos e Seres agora invisíveis
para nós. Ao mesmo tempo e do mesmo modo, perdeu consciência das verdades
espirituais relacionadas com sua origem e peregrinação na matéria.
Anteriormente, em determinado tempo da Época Lemúrica, a
consciência do homem estava focalizada nos reinos espirituais. Era inconsciente
do processo físico de propagação, do nascimento e da morte do corpo. Quando
seus "olhos se abriram", a consciência humana projetou-se para o
exterior, em relação com os fatos deste mundo físico. As condições, então, se
alteraram. Gradualmente, depois disso, sua consciência interna, relacionada com
os mundos superiores, e os seres a eles pertencentes, foi desaparecendo.
Entretanto, o nadir da materialidade foi finalmente
ultrapassado. Cristo o mais poderoso dos Arcanjos, veio ao mundo, foi crucificado
e tornou-se o Espírito Interno de nosso planeta. Do centro da Terra Ele irradia
seu poderoso amor, ajudando o homem a eterizar seus corpos, expandir suas
faculdades espirituais e assim reaver sua herança perdida. Desse modo a
"Sabedoria oculta" ser-lhe-á revelada e o ser humano penetrará,
intuitivamente, a essência das coisas que Deus preparou para aqueles que O
amam.
A Filosofia Rosacruz descreve o processo intuitivo da
seguinte maneira: "À medida que o sangue passa pelo coração, ciclo após
ciclo, hora após hora, durante uma vida inteira, imprime as imagens que ele
transporta, nos átomos-semente, realizando um registro perfeito da vida que
sempre está em contato com o Espírito de Vida, O Espírito do Amor e da Unidade.”
"Portanto, o coração é o lar do amor
altruísta."
"Na proporção em que essas imagens passam internamente
para o Mundo do Espírito de Vida, onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza,
para que se tornem conscientes, o homem sensível poderá ir invocando tais
imagens de experiências passadas, não pelo processo comum e lento dos sentidos,
mas diretamente, por meio do quarto éter, contido no ar que respiramos."
"No Mundo do Espírito de Vida o Espírito de Vida vê
muito mais claramente do que nos Mundos mais densos. Lá, (que é aqui também,
porque os mundos superiores interpenetram os inferiores), o Espírito de Vida,
segundo aspecto de nossa Trindade Interna, está em contato com a Sabedoria
Divina e em qualquer situação conhece imediatamente o que fazer, transmitindo a
mensagem da apropriada ação, diretamente ao coração, que por sua vez a retransmite
rapidamente ao cérebro, por intermédio do nervo pneumogástrico. Assim é que
surgem as primeiras impressões- o impulso intuitivo que sempre é bom, porque
vem diretamente da fonte de Amor e Sabedoria Cósmica".
Esse processo é instantâneo e tão rápido, que o coração,
mais sensível e havendo o recebido de primeira mão, tem seu controle antes que
a lenta razão tenha tido tempo para orientar-se. Este primeiro impulso, se
realmente intuitivo, é verdadeiro. Segui-Io é um caminho de felicidade para o
homem. Mas, no homem comum e pouco alerta, a mente, o raciocínio, muitas vezes
condena e sacrifica este primeiro impulso.
Felizes dos que podem atingir este estado e unir a mente
ao coração.
Traduzido da Rays from the Rose Cross (década de 1965) publicado na revista Serviço Rosacruz, de março de 1966
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