De novo o demônio atacou Cristo-Jesus, oferecendo-lhe o comando do mundo. Este terrível demônio tinha nesse tempo quase o supremo controle sobre a Terra e neste ponto poderia fazer Cristo-Jesus vacilar. Porque não entrar em acordo, como faz o homem comum diante do poder do mundo? Porque não aceitar o oferecimento, dominar a Terra e assim evitar os transtornos e sofrimentos que antevia em Sua missão? Seria muito mais fácil, tornar-se-ia um conquistador, um herói maravilhoso no conceito dos homens, até que viesse a inevitável reação e Ele descobrisse que "ganhou o mundo inteiro" e perdeu, não apenas Sua própria alma como a do mundo inteiro, que tinha confiança de salvar. Assim, de novo clamou pelo Cristo em Si, afirmando; "ADORARÁS AO SENHOR TEU DEUS E SÓ A ELE SERVIRÁS".
Havendo de novo falhado, tentou o demônio pela terceira vez induzir Jesus a enfrentar um grande perigo, desafiando-O a executar uma verdadeira loucura, argumentando que Cristo Jesus seria divinamente protegido, citando a sagrada escritura para apoiar completamente sua sugestão. Desta vez, Cristo Jesus virou-se para ele com todo o poder da verdade refutando a sugestão e declarando conclusivamente: “NÃO TENTARÀS O SENHOR TEU DEUS!, não que Ele se julgasse o próprio Deus, mas afirmando que o Cristo interior haveria de ser o Senhor de nosso reino, na destruição final do próprio demônio.
Lemos, depois, que o “demônio O deixou por certo tempo”. Reparem bem nesta frase: deixou-O por certo tempo, pois a prova foi-Lhe apresentada mais uma vez, como sucede a todo iniciado em seu caminho. De tempo em tempo, durante o ministério de Cristo-Jesus, vemo-Lo enfrentar provas idênticas, às vezes apresentadas pelos próprios discípulos, como quando disse a Pedro: “ Afasta-te de mim, Satanás”, pois Pedro exteriorizou seu entusiasmo desejando que Cristo tomasse o poder do mundo.
Também quando estava cansado e com fome, ao fim de um longo dia de viagem, Ele não respondeu à mulher samaritana que “explicaria essas coisas depois que descansasse e comesse”, senão que, no mesmo momento, prazerosamente, deu-lhe as explicações de que ela necessitava. No Domingo de Ramos, de novo a tentação ali estava a insinuar que Ele poderia tornar-se Rei. Como Rei, Ele poderia libertar o povo?
Diz a lenda, provavelmente verdadeira, que Judas, o pobre discípulo criticado e discutido, reuniu um exercito de no mínimo doze legiões, no deserto, e a provável recusa do Mestre de aceitar qualquer ajuda material causou-lhe um choque tão grande que o teria levado a forçar o Cristo aceitá-la. Por isso, tornou-se um instrumento do alto, perpetrando a maior traição da história. Fracassado o interno, tomou o rumo dos fracos, destruindo-se a si mesmo.
No Getsêmani, outra vez, quando como homem foi de novo tentado, enfrentando a maior provação de sua vida terrestre ao vislumbrar com toda intensidade os sofrimentos que O esperavam, Cristo expulsou totalmente o medo, proferindo”Não se FAÇA a MINHA VONTADE, Ó PAI senão a Vossa, isto é, dominou novamente a parte humana e deixou prevalecer a divina.
Diante de Pilatos, quando interpelado a demonstrar Seu poder por meio de um milagre (Que é a Verdade), Ele silenciou. E mesmo na cruz, mais uma vez Ele refutou as três formas de tentação. Era-Lhe muito importante conservar a plena e vigilante Sua consciência durante essa derradeira prova.
Evidentemente uma senda terrível, resultante da crucificação, nublou-Lhe a consciência, então, Ele pediu água, como qualquer pessoa sedenta o teria feito. Contudo, ofereceram-Lhe em lugar disso, a mistura de “vinagre e fel”,que era um poderoso narcótico, dado Às vezes ao crucificado devido ao modo brutal dos oficiais romanos. Isto Lhe diminuiria o sofrimento, mas, se assim fizesse, estaria anulando Sua própria finalidade. Recusou a mistura, apesar de ansiar alívio. Mais tarde, alguns espectadores escarnecedores desafiaram-No a descer da cruz, se realmente “fosse o Filho de Deus”. Ele o poderia ter feito facilmente, mas de novo à custa de Sua missão. Finalmente, quando proferiu o último e vitorioso brado, Ele não disse “Eu estou consumado”. Proferiu o impessoal “Consumatum est” – “está consumado”, recusando mais uma vez elevar a reputação de si mesmo, entregando inteiramente a honra e poder de Sua missão a Deus.
Traduzido e adaptado de: The Temptation in the Wilderness (de Jack L. Burtt) da "Rays From Rose Cross", Janeiro de 1963. Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil, Novembro de 1997. Mantida a ortografia da época.
Estes 2 textos trouxeram luz e conforto!
ResponderExcluirQue as rosas floresçam em vossa cruz.