4 de jun. de 2012

Cristo-Jesus: Senhor do Sábado


"Naquele tempo passou Jesus pela seara, em um sábado; e os seus discípulos tendo fome, começaram a colher espigas do cereal, e a comer. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. .. ...Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor." (Mat. 12:1-8)

A palavra "cereal" aqui recorre à semente de trigo, que era o grão principal, crescida na Palestina nos dias do Novo Testamento. Pelos campos pequenos de trigo havia caminhos estreitos, ao longo dos quais os viajantes passavam indo de uma parte do país a outra.

Às vezes eles estavam sem comida, e como lá na redondeza não havia nenhum lugar público para comer, era habitual para os viajantes famintos arrancarem um pu­nhado de trigo, separar os resíduos da se­mente rodando-a nas mãos, e comer. As­sim era totalmente conforme os costumes do dia em que Cristo Jesus e Seus Discí­pulos partilhariam o trigo para satisfazer a fome deles. Porém, os Fariseus, sempre pren­dendo-se à lei, críticos e intolerantes de qualquer ensinamento progressivo ou re­volucionário bastante para subverter seu regime de posição e poder, estavam ansio­sos para acusar Cristo Jesus e Seus seguido­res de violar alguma lei. Neste caso era a lei que decretou guardar o sábado.

Na Bíblia de Referência de Scofield nos é dito que: "o Sábado" ("decesso") aparece nas escrituras como o dia de des­canso de Deus no final do trabalho de cria­ção (Gen. 2:2,3). Por 2500 anos de vida humana, absolutamente nenhuma menção é feita. Então o Sábado sagrado foi revelado (Ex. 16:23; Ne. 9:13-14). Foi feito uma parte da lei (Ex. 20:8-11), e investiu com o caráter de um "sinal" entre Jeová e Israel e uma lembrança perpétua para o Israel de sua separação de Deus (Ex. 31:13-17). Foi observado através de descanso com­pleto (Ex. 35:2-3), e pela ordem expressa de Jeová um homem foi morto por juntar lenha no dia de Sábado (Num. 15:32-36). Além de manter o sacrifício continuado (Num. 28:9) e sua conexão com os ban­quetes anuais, o sétimo dia de Sábado nunca foi um dia de sacrifício, adoração, ou qualquer maneira de serviço religioso. Era apenas e tão somente um dia de des­canso completo para o homem e animais, uma provisão humanitária para as neces­sidades do homem. Nas palavras de Cristo, "o Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado" (Marcos 2: 27). Nosso Senhor achou a obser­vância do dia embutida com evasões rabínicas (Mateus 12:2) e restrições, completamente desconhecidas para a lei, de forma que Ele mesmo foi tido por ser um transgressor do sábado pelas autoridades religiosas da época.

A resposta de Cristo Jesus à acusação dos Fariseus retrata bem um prin­cípio básico da nova religião sendo conduzida pelo grande Espírito Solar. O regime de lei de classes favorecidas e posição estava se acabando; o regime da importância essencial e dignidade do indivíduo estava começando. O dia de sacrifício material estava terminando; o dia da misericórdia estava sendo inau­gurado. A letra da lei era para dar caminho para a verdadeira espiritualidade.

Relativo a este assunto Max Heindel escreveu pertinentemente: "A Bíblia diz que a lei era suprema até o advento do grande Espírito Solar. Cristo co­meçou uma fase nova de evolução sob o princípio do AMOR E REGENE­RAÇÃO. Isto terminou o regime de Jeová e a balança de Saturno, não abruptamente é claro, pois sempre houve uma sobreposição entre o velho e o novo. Porém, desde então, os Cristãos pioneiros entraram na segunda, ou Solar, parte da Época Ariana, substituindo o dia do Sol (domingo) pelo dia de Saturno (sábado), como um dia de adoração".
Traduzido e Adaptado da "Ray from the Rose Cross " 8/ 85 por Eduardo Melo
Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil - Jan/2003

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