A palavra "cereal" aqui recorre à semente de trigo, que era o grão principal, crescida na Palestina nos dias do Novo Testamento. Pelos campos pequenos de trigo havia caminhos estreitos, ao longo dos quais os viajantes passavam indo de uma parte do país a outra.
Às vezes eles estavam sem comida, e como lá na redondeza não havia nenhum lugar público para comer, era habitual para os viajantes famintos arrancarem um punhado de trigo, separar os resíduos da semente rodando-a nas mãos, e comer. Assim era totalmente conforme os costumes do dia em que Cristo Jesus e Seus Discípulos partilhariam o trigo para satisfazer a fome deles. Porém, os Fariseus, sempre prendendo-se à lei, críticos e intolerantes de qualquer ensinamento progressivo ou revolucionário bastante para subverter seu regime de posição e poder, estavam ansiosos para acusar Cristo Jesus e Seus seguidores de violar alguma lei. Neste caso era a lei que decretou guardar o sábado.
Na Bíblia de Referência de Scofield nos é dito que: "o Sábado" ("decesso") aparece nas escrituras como o dia de descanso de Deus no final do trabalho de criação (Gen. 2:2,3). Por 2500 anos de vida humana, absolutamente nenhuma menção é feita. Então o Sábado sagrado foi revelado (Ex. 16:23; Ne. 9:13-14). Foi feito uma parte da lei (Ex. 20:8-11), e investiu com o caráter de um "sinal" entre Jeová e Israel e uma lembrança perpétua para o Israel de sua separação de Deus (Ex. 31:13-17). Foi observado através de descanso completo (Ex. 35:2-3), e pela ordem expressa de Jeová um homem foi morto por juntar lenha no dia de Sábado (Num. 15:32-36). Além de manter o sacrifício continuado (Num. 28:9) e sua conexão com os banquetes anuais, o sétimo dia de Sábado nunca foi um dia de sacrifício, adoração, ou qualquer maneira de serviço religioso. Era apenas e tão somente um dia de descanso completo para o homem e animais, uma provisão humanitária para as necessidades do homem. Nas palavras de Cristo, "o Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado" (Marcos 2: 27). Nosso Senhor achou a observância do dia embutida com evasões rabínicas (Mateus 12:2) e restrições, completamente desconhecidas para a lei, de forma que Ele mesmo foi tido por ser um transgressor do sábado pelas autoridades religiosas da época.
A resposta de Cristo Jesus à acusação dos Fariseus retrata bem um princípio básico da nova religião sendo conduzida pelo grande Espírito Solar. O regime de lei de classes favorecidas e posição estava se acabando; o regime da importância essencial e dignidade do indivíduo estava começando. O dia de sacrifício material estava terminando; o dia da misericórdia estava sendo inaugurado. A letra da lei era para dar caminho para a verdadeira espiritualidade.
Relativo a este assunto Max Heindel escreveu pertinentemente: "A Bíblia diz que a lei era suprema até o advento do grande Espírito Solar. Cristo começou uma fase nova de evolução sob o princípio do AMOR E REGENERAÇÃO. Isto terminou o regime de Jeová e a balança de Saturno, não abruptamente é claro, pois sempre houve uma sobreposição entre o velho e o novo. Porém, desde então, os Cristãos pioneiros entraram na segunda, ou Solar, parte da Época Ariana, substituindo o dia do Sol (domingo) pelo dia de Saturno (sábado), como um dia de adoração".
Traduzido e Adaptado da "Ray from the Rose Cross " 8/ 85 por Eduardo Melo
Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil - Jan/2003
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