por Gilberto Silos
Por que as pessoas se abalam e se desesperam diante das provações? Por que muita gente saltita de religião em religião, de filosofia em filosofia, e nunca se encontra? Por que muitos cristãos, na prática, demonstram duvidar do próprio Cristianismo?
Obviamente, não existe uma resposta única a todas essas questões, mas, os fatos revelam que uma delas é a falta de uma vivência prática da essência da religião ou filosofia abraçada.
No caso específico dos cristãos, é importante destacar que Cristianismo não é entendimento de doutrina mas estado de consciência. A experiência dos evangelhos é vivida, ao passo que a doutrina é apenas inteligida, pensada. A teologia que embasa a doutrina é um processo intelectual, indireto, infinitamente inferior ao contato intuitivo, direto, com a grande realidade dos ensinamentos do Cristo.
A consciência do Cristo, latente em cada espírito, é um poder ou energia em busca de uma saída ou canal de expressão, através da vida do ser humano. Ninguém pode intitular-se cristão se não expressar em sua vida diária, na forma de pensamentos, sentimentos, palavras e atos, todos aqueles preceitos ensinados pelo Cristo através de sua vivência nos três anos de Seu ministério. Ele não apenas predicava mas praticava. A prática fortalece a fé pela comprovação dos efeitos de cada atitude, ilumina, orienta e amplia a si própria. Na experiência do dia-a-dia o cristão encontra a verdade sobre várias facetas. Nas crises mais profundas, nos momentos mais tenebrosos, a vivência lhe aguça a sensibilidade para encontrar a saída, calejando-lhe a alma na superação dos desafios. Não há tesouro algum no mundo que se compare a esse aprendizado.
Enquanto o cristão não tiver essa experiência interior, decorrente de uma vivência prática dos ensinamentos evangélicos, não conhecerá a "fé que remove montanhas". Sua estrutura anímica estará assentada sobre a areia, sendo incapaz de resistir à mais leve borrasca.
Publicado no informativo ECOS Março 1998 da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil
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