“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”
A beleza e o poder transcendentes da religião cristã
baseiam-se no fato de dar a seus seguidores uma oportunidade para renunciar à
vida comum circunscrita pela lei e penetrar numa vida anímica, na qual há mais
amor, misericórdia e graça. Esses atributos manifestam-se particularmente pela
influência de Cristo, o segundo Aspecto do Deus Trino — nosso Criador.
Veja explicação do Diagrama 6 |
O Cristianismo Esotérico nos ensina que no começo de
nossa, evolução setenária de manifestação Deus diferenciou dentro de Si
mesmo uma hoste de Espíritos Virginais, cada um possuindo potencialmente os poderes
de seu Criador, a fim de que, pela evolução, esses poderes se convertam em
faculdades dinâmicas. Nesse plano original não existia previsão em relação ao
pecado e à morte. (Veja Diagrama 6 do Conceito Rosacruz do Cosmos).
Durante a Época Lemúrica de nosso presente Período
Terrestre, houve um tempo em que "um cérebro tornou-se necessário ao
desenvolvimento do pensamento e da laringe para sua expressão verbal. Para isso,
então, a metade da força criadora foi dirigida para cima, a fim de que o homem
formasse esses órgãos. Foi assim que o homem, até então hermafrodita, tornou-se
unissexuado e forçado a procurar um ser do outro pólo ou sexo, um complemento,
necessário quando desejou criar um novo corpo, para gerar um novo instrumento
que servisse a um espírito irmão para uma fase mais elevada de evolução.
Enquanto o ato criador era amorosamente realizado sob a
sábia orientação dos anjos, a existência do homem estava livre da tristeza, da
pena e da morte. Mas, ao ficar sob a tutela dos Espíritos Lucíferos, depois de
ter comido da Arvore do Conhecimento, passou a perpetuar a raça, sem levar em
conta a influência das linhas de força interplanetárias, transgrediu a lei e
seus corpos se cristalizaram cada vez mais até o ponto de tirar-lhe a
percepção espiritual sujeitando-o à morte de maneira muito mais notória do que
então se processava. Dessa forma, foi forçado a criar novos corpos mais
freqüentemente, em proporção á diminuição do período de vida terrestre e,
portanto, de experiências necessárias à evolução espiritual. Os guardiões
celestiais levaram-no para fora do jardim do amor (do Éden), para o deserto do
mundo. Então o homem se tornou responsável, perante a lei de Causa e Efeito,
que governa o Universo, por suas ações.
Ao tempo da vinda do Cristo, a maioria da humanidade
tinha se tornado tão cristalizada que se encontrava a ponto de retrogradar. Uma
ajuda teria que ser dada. Daí, Cristo, o mais alto iniciado do Período Solar,
voluntariamente veio à Terra ; penetrou nosso globo por meio do sangue de
Jesus, vertido na crucifixão e, desde então, irradia do centro de nosso planeta
as tremendas vibrações do poder unificante de seu Amor-Sabedoria. O Mundo do
Desejo e a Região Etérica da Terra foram então purificados, tornando-se mais utilizável
para os corpos de desejos individuais dos homens, formados ao voltarmos a
renascimento.
Esse grande sacrifício (ainda em desenvolvimento, pois
Ele, o Cristo, "estará conosco até a consumação dos séculos" ou
destes tempos de materialidade), tornou possível aos seres humanos
impregnarem-se com o altruístico amor de Cristo e transcenderem a lei ou
temperar a lei, com o amor, a fim de penetrar na esfera de vida abençoada, pelo
tesouro adicional de Sua Graça". Essa "dádiva benéfica de Deus"
acena para todos aqueles que se dispõe a abraçar a vida de pureza, de serviço e
alcançar a libertação das restrições da queda, ou seja, a salvação.
publicado na revista Serviço Rosacruz de outubro, 1965.
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