2 de jul. de 2025

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados

O Retorno do Filho Pródigo - JAN STEEN 1668-1670
"A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, examente o que necessitam para o seu desenvolvimento .Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia." (Max Heindel)

A frase chave para esta Bem-aventurança é: a missão da dor.

Que é a dor? É a reação natural do desvio às Leis naturais. Quando o indivíduo começa a transgredir as Leis de Harmonia mantenedoras do equilíbrio e unidade universal, precisa de ser prevenido. Mas, se ele voltar à Lei, a harmonia retorna e a dor desaparece.

Se a humanidade pudesse compreender profundamente esta verdade, tomaria decisões mais firmes de regeneração. Por isso afirmou Max Heindel: "o único pecado que existe é a ignorância e a única salvação, o conhecimento aplicado". E o conhe-cimento da Lei é aquela Verdade a que referiu Cristo.

Infelizmente, a maioria dos seres humanos, por ignorância da Lei e fraqueza, deixam-se escravizar pe-los antigos hábitos, persistem no caminho das transgressões e conti-nuam sofrendo dores. Buscam fugir da dor, é claro. Procuram médicos que lhes dêem remédios fortissimos, de efeito rápido, para que possam livrar-se do sofrimento e retornar aos mesmos hábitos que geraram o incômodo. Assim, os males se vão agravando até que a pessoa grite: "Chega! Não aguento mais! Estou disposto a fazer qualquer coisa para me livrar definitivamente disto! "  Ai já estão estropiados, sofridos, operados, desenganados. E vão buscar os milagreiros e operações espirituais, até que sejam obrigados a aceitar a evidência da qual não podem escapar: ninguém pode transformar os efeitos a não ser ele mesmo, começando pelos pensamentos!

Então começam a estudar as leis espirituais porém com a mesma impaciência, com o mesmo desejo de alcançar resultados a curto prazo, põem-se a trabalhar furiosamente no começo e depois desanimam...

Até que aceitem a verdade e se disponham fazer o caminho de volta, pela verdade e pelos recursos naturais.

Neste ponto, como o filho pródigo, o Pai amantíssimo já começa a fazer sua parte para ajudar o Filho. Mas alguns, por entenderem mal a lei de causa e efeito, deixam-se ficar num estado de conformismo oriental, alegando: "É o meu zkarma... que hei de fazer? Suportarei pacientemente as minhas dívidas". Outros, esclarecidos pela sabedoria dos mistérios ocidentais, assumem a verdadeira atitude: "Eu provoquei o efeito por uma causa ou pensamento errôneo. Agora vou modificá-lo atra-vés de uma nova e melhor causa mental, com pensamentos novos de saúde, de tolerância, de alegria enfim, de harmonia com Deus. O fato é que se pode e deve modificar. A Verdade liberta. Cristo foi quem prometeu. O arrependimento sincero, o desejo e esforço de reforma, atraem a Lei da Graça, que é superior à Lei de Causa e Efeito e pode anulá-la sem contradizê-la. assim como Supremo Tribunal, apoiado nas mesmas leis, pode revogar uma sentença regional. A Lei do Espírito Santo é boa e santa; mas pode ser modificada por uma lei mais Alta, a Lei do Amor de Cristo. Este ponto é muito importante nos ensinamentos cristãos esotéricos e pouco estudado. Max Heindelo explicou muito bem mas ainda muitos estudantes não a compreenderam devidamente, para prejuízo seu.

A dor poderia ser evitada, Ela não faz parte da Harmonia, que é o esta-do natural de Deus, aquele estado que já desfrutamos e que simbolicamente chamamos de "Paraiso", Se chegamos ao ponto de não provocar mais desvios à Lei Divina, a dor deixará de existir em nossa vida, em todos os assuntos. Cada ser humano é livre para escolher entre os dois caminhos:

a) conhecer a Lei e viver de acordo com ela, em constante harmonia e felicidade; 

b)
aprender a chegar à Harmonia pelo duro caminho da dor.

No entanto, há grande benefício na dor. Costumamos dizer que o "mal é um bem em gestação", comparando o caminho do transgressor a um penoso parto de harmonia. Pe-noso, não porque Deus nos impõe a pena, mas porque resistimos e tei-mamos em continuar no erro que a provoca. Paul Carton, o sábio, num livrinho intitulado "Bem-aventurados os que sofrem", mostra em mi-núcias o valor educativo da dor e exemplifica: "vejam como é benefícios sermos advertidos com dores, de uma forte indigestão. Assim, po demos tomar medidas tempestivas para corrigi-la e, se formos sábios, poderemos compreender as causas e evitá-las de futuro. Isto se aplica a todas as espécies de males."

De nossa parte, buscamos o ca-minho da harmonia. O Cristo nos disse: "Eu vim para que tenhais vi-da e vida en abundância". E a maior lição que sacamos de sua res-surreição é a prova de que podemos liberta-nos das limitações materiais e alcançar uma harmonia permanente, consoante aquela promessa: "As obras que eu faço, vós as fareis e obras maiores ainda, se fizerdes a minha vontade".

publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio de 1973

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