20 de jul. de 2025

Bem - aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.


"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino , que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia."  Max Heindel.)

A sentença-chave para esta bem-aventurança é: Busca e aplicação da Verdade.

Graças ao fermento de Cristo, a humanidade cresce na aspiração, na busca e na vivência da Verdade.

O que se deseja significar por Justiça? É conduta reta?

Não apenas isso. Muitas vezes as pessoas fazem coisas com as quais não estão de acordo. Pensam uma coisa e fazem outra: isto se chama hipocrisia. Justiça é pensamento reto, verdadeiro, em todos os assuntos e condições da vida. Sabemos, à luz da Filosofia Rosacruz, que todas as coisas criadas têm um correspondente arquétipo na região do pensamento concreto, ou no segundo céu; que esse arquétipo vibratório determina a duração de seus correspondentes materiais; que uma criação material não pode ser mudada nem destruída, se primeiramente o arquétipo não foi transformado ou destruído, "lá".

O mesmo se passa com nossos pensamentos e ações. Criamos mentalmente e depois a idéia toma expressão física. "Assim como é em cima, é em baixo; como é no Macro é no Micro".

A humanidade está infeliz. Isso mostra que suas criações mentais não são verdadeiras. Mas, como transformar as coisas? Como pode o homem tornar sua vida feliz? Simplesmente mudando suas criações e, através da Verdade, ir apagando em seu subconsciente as imagens criadas defeituosamente. Isto se aplica à recuperação da saúde, à reconquista da paz interior; à normalização de todas as condições da vida. Isto é saúde total, porque o homem é um ser complexo, expresso em condições físicas, emocionais e mentais. Quando a causa, a idéia, é correta, a emoção também e o ato justo, numa coerência e unidade feliz com o Cristo Interior, que é o Pensador. Se chegamos a isso, o Cristo passa a exprimir-se através de nós e então já não seremos "aquela fonte incoerente que jorra, ao mesmo tempo, água salgada e doce"; não seremos mais aquela boca que "ao mesmo tempo louva a Deus e amaldiçoa a seu irmão”.

Ter fome e sede de justiça é aspirar ardentemente por essa condição ideal: de pensar, sentir e agir segundo a Vontade de Deus. Nessa aspiração, reza o estudante rosacruz: "Faze que as minhas palavras e os ditames do meu coração sejam sempre agradáveis à Tua Presença, ó Senhor, minha Força, meu Redentor".

Mas há uma grande dificuldade em sua consecussão: nossos hábitos mentais viciosos. Queiramos ou não, ignoremos ou não, o bojo do grande "iceberg" citado na psicologia, carrega, abaixo do limiar das ondas de nosso corpo de desejos, os vícios e condicionamentos do passado. Eles estão à espera de regeneração. É preciso fazer justiça com tais pensamentos e conceitos do passado. Não quer dizer julgá-los, condená-los, oferecer-lhes resistência. Nada disso.

Fazer justiça é doutrinar o subconsciente, é convencer-se profundamente de novas verdades e persistir nelas, sem alimentar as anteriores, até que elas morram de inanição. Mas é preciso muita vigilância. Como a Hidra de Lerna vencida por Hércules, que tinha apenas uma cabeça verdadeira e as noventa e nove, falsas, nossa natureza inferior tem uma só raíz: o egoísmo que sabe dissimular e disfarçar--se, não de noventa e nove formas, senão de mil formas diferentes, sutis.

A propósito disso, cabe narrar uma lenda interessante: a verdade estava certo dia se banhando num rio. Veio a mentira e, ocultamente, tirou a roupa,deixou ali, vestiu a da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do banho e viu os trajes da mentira, negou-se a vestilos. Foi nua para a cidade e lá quizeram apedrejá-la. Foi obrigada a voltar e por os vestidos da mentira. Desde então, a verdade anda pelo mundo disfarçada de mentira; e esta, camuflada de verdade.

De fato, quantas vezes somos induzidos pelas opiniões correntes, a inverter as verdades dos fatos? "A verdade de Deus é loucura para os homens" e a "Verdade dos homens é estultícia para Deus". Se não tivessemos a ajuda de uma escola iniciática, como a Fraternidade Rosacruz, onde contamos com estudos baseados nas investigações diretas do iniciado Max Heindel, estaríamos sujeitos a muitos enganos. Mas com esta base tudo se facilita. Recebemos "chaves" espirituais preciosas, de discernimento.

O mal que os estudantes se impõem, é a impaciência. Querem resultados a curto prazo. Levam tantos anos para chegar na "fossa" e depois querem retornar ao "monte" da noite para o dia. Não é possível. Pode-se abreviar, pode-se indicar o caminho "do meio", o cetro do Caduceu. Mas, estarão dispostos a aguentar a subida reta? Eles têm coragem para "tomar o reino dos céus por assalto?" Aí está: quase sempre buscam uma fórmula milagrosa e, por isso, vêem-se frequentemente sujeitos ao embuste e exploração de falsos mestres "que proclamam poderes e os vendem". É preciso repetir muitas vezes: o verdadeiro orientador espiritual não cobra nem dinheiro nem prestígio; ele busca, amorosa e altruisticamente, desde o começo, libertar o Aspirante de todas as limitações internas e dependências externas, levando-o a conquistar o pleno domínio de si mesmo. Só desse modo ele pode cumprir o objetivo de seu treinamento: o de se tornar, também, num ponto de apoio e orientação dos demais, passando adiante o benefício recebido, a fim de que a humanidade seja redimida.

Aprendemos que o exercício de retrospecção noturna nos leva a esquadrinhar o íntimo e, com sua persistência, logramos trazer à tona da consciência, fatos até esquecidos, lá do subconsciente. Então podemos reexaminá-lo sob nova luz e mostrar de forma bem clara ao subconsciente porque ele está errado e porque deve admitir um conceito mais verdadeiro do fato.

A psicologia moderna nos ensina a reeducar o subconsciente. Todavia, por experiência própria, confirmada pela de outros Estudantes, sabemos que os meios espirituais são mais eficientes. Basta que, para completar o efeito beneficioso da retrospecção, se faça a meditação matinal, também recomenda por Max Heindel como meio iniciático. Este exercício nos leva a uma curiosa introvisão: vamos tomando contato com nosso Cristo Interno; somos levados a uma conscientização de nossa real identidade, de nosso Eu verdadeiro e superior. É um sentir do que está atrás do véu, lá na sala ocidental do tabernáculo humano. E há muitos indícios desse contato, segundo a natureza individual. Mas um efeito sempre subsiste: o extraordinário bem-estar e paz interior que se experimenta após o exercício.

Em conclusão, todo "filho do fogo" faz diligente, perseverante e amorosamente sua parte, para merecer a "graça" da ajuda de seu Cristo interno. Ele "ora e vigia" para que os nobres intentos do espírito, que lhe chega a mente concreta como um pensamento--forma, abram caminho valentemente através do corpo de desejos e cheguem à ação, fielmente, sem deixar-se trair pelas insinuações do caminho; ele busca fazer como "A Mensagem a Garcia": que o propósito sempre bom do espírito chegue incólume e sem disvirtuamentos à ação. Ele confia na promessa feita por Deus através do salmista: "A batalha não é vossa, mas é minha".

publicado na Revista Serviço Rosacruz de Julho de 1973

6 de jul. de 2025

Bem - aventurados os mansos, porque herdarão a terra

Imagem: "Cristo a Verdadeira Videira" - Ícone (Athenas, séc. XVI)

"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento.Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia"  Max Heindel.)

A sentença chave para esta Bem-aventurança é: Instrumento consciente de Deus.

O sentido comum e atual de mansidão, fez com que muitos cristãos passassem por cima desta bem - aventurança. Pensam eles mais ou menos assim: "Isto é impraticável! Se eu for bonzinho acabam comigo! Estamos numa época de agressividade econômica e se eu não me puser de mangas arregaçadas e decididamente na luta, acabo arruinado. Alias, em todas as relações, sociais e familiares precisamos de nos impor!" E com essa interpretação, põem de lado e desaproveitam um grande principio!

Ora, a agressividade, no tempo de Cristo, era maior ainda. Ele devia estar sabendo o que ensinava. Dizer-se cristão e praticar apenas aquilo que julgamos conveniente, é hipocrisia. Ou confiamos ou não confiamos na sabedoria do Mestre. Quem omite um dos princípios, já falhou em todos!

O sentido esotérico de mansidão, não é o de ser uma espécie de capacho, uma criatura aviltada, sem dignidade, arrastando-se como verme e provavelmente hipócrita. Isto seria ridículo. O problema não está na relação com os demais, mas no comportamento conosco mesmos. E. um estado mental e de coração. Ser manso é não oferecer resistência ao Cristo, em nós, é a realização da promessa de grandes obras; que somente dele podemos receber a inspiração, a intuição, para agir acertadamente em todas as situações, sem deixarmos de ser nós mesmos, ao contrário, para sermos uma perfeita individualidade, pois somos espíritos e os corpos meros instrumentos dele. E ter perfeita certeza de que Deus é tudo em todos; é justo, é amoroso. Daí então, passamos a nos entregar completamente a Ele, a fim de que Sua Vontade se cumpra em nós.

Esse é o meio seguro de herdarmos a terra. Mas, que é a terra? É o globo terrestre? É a conquista mundana?

Não. terra, aqui, tem o sentido de manifestação, de verbo feito carne, de consequência. Ora, se a causa é o pensamento, o efeito é o ato. Mas, que ato? Herdar a terra quer dizer: agirmos de acordo com a Vontade Cristica em nós e colhermos resultados sempre bons; é ter domínio sobre as circunstâncias é viver conforme as leis e conduzir a vida em harmonia, em todas as esferas de experiência.

Moisés, depois de Cristo é o maior exemplo bíblico de mansidão. Ele se conformou inteiramente à vontade de Deus, compreendendo que nada perdia com isso, senão ganhava e glorificava a Deus. Quando Paulo apóstolo disse: "Não mais eu quem vive, mas o Cristo em mim", queria significar mansidão, ou seja, que não era mais a personalidade ou natureza inferior quem o dirigia, senão o Cristo, nele. Cristo exprimia a perfeita unidade e mansidão quando declarou "Eu e Pai somos Um"; "Não sou eu quem faz as obras. mas o Pai em mim"; "Quem vê a mim vê ao Pai". E a parábola da videira e dos ramos (*) é um convite dos mais expressivos, nos Evangelhos, para alcançarmos essa mansidão e, através dela, alcançar os melhores e mais impessoais frutos de êxito e de felicidade, ou seja, "herdar a terra".

É um engano pensar que precisamos de convencer Deus a se manifestar em nós. Nós é que temos de quebrar a nossa própria relutância em aceitá-lo; nós é que tememos deixar as coisas que nos agradam e que precisamos dissolver para que o Cristo se nos manifeste; nós é que precisamos rasgar o véu que nos encobre o Altíssimo, pela renúncia ao anti-Cristo em nós...

Ninguém pode servir a dois senhores...

Hércules! Hércules! Acorda!

Até quando permanecerá Prometeu acorrentado e devorado?

(*) Nota: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto." (João 15:1-2)

publicado na Revista Serviço Rosacruz de Junho de 1973

2 de jul. de 2025

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados

O Retorno do Filho Pródigo - JAN STEEN 1668-1670
"A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, examente o que necessitam para o seu desenvolvimento .Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia." (Max Heindel)

A frase chave para esta Bem-aventurança é: a missão da dor.

Que é a dor? É a reação natural do desvio às Leis naturais. Quando o indivíduo começa a transgredir as Leis de Harmonia mantenedoras do equilíbrio e unidade universal, precisa de ser prevenido. Mas, se ele voltar à Lei, a harmonia retorna e a dor desaparece.

Se a humanidade pudesse compreender profundamente esta verdade, tomaria decisões mais firmes de regeneração. Por isso afirmou Max Heindel: "o único pecado que existe é a ignorância e a única salvação, o conhecimento aplicado". E o conhe-cimento da Lei é aquela Verdade a que referiu Cristo.

Infelizmente, a maioria dos seres humanos, por ignorância da Lei e fraqueza, deixam-se escravizar pe-los antigos hábitos, persistem no caminho das transgressões e conti-nuam sofrendo dores. Buscam fugir da dor, é claro. Procuram médicos que lhes dêem remédios fortissimos, de efeito rápido, para que possam livrar-se do sofrimento e retornar aos mesmos hábitos que geraram o incômodo. Assim, os males se vão agravando até que a pessoa grite: "Chega! Não aguento mais! Estou disposto a fazer qualquer coisa para me livrar definitivamente disto! "  Ai já estão estropiados, sofridos, operados, desenganados. E vão buscar os milagreiros e operações espirituais, até que sejam obrigados a aceitar a evidência da qual não podem escapar: ninguém pode transformar os efeitos a não ser ele mesmo, começando pelos pensamentos!

Então começam a estudar as leis espirituais porém com a mesma impaciência, com o mesmo desejo de alcançar resultados a curto prazo, põem-se a trabalhar furiosamente no começo e depois desanimam...

Até que aceitem a verdade e se disponham fazer o caminho de volta, pela verdade e pelos recursos naturais.

Neste ponto, como o filho pródigo, o Pai amantíssimo já começa a fazer sua parte para ajudar o Filho. Mas alguns, por entenderem mal a lei de causa e efeito, deixam-se ficar num estado de conformismo oriental, alegando: "É o meu zkarma... que hei de fazer? Suportarei pacientemente as minhas dívidas". Outros, esclarecidos pela sabedoria dos mistérios ocidentais, assumem a verdadeira atitude: "Eu provoquei o efeito por uma causa ou pensamento errôneo. Agora vou modificá-lo atra-vés de uma nova e melhor causa mental, com pensamentos novos de saúde, de tolerância, de alegria enfim, de harmonia com Deus. O fato é que se pode e deve modificar. A Verdade liberta. Cristo foi quem prometeu. O arrependimento sincero, o desejo e esforço de reforma, atraem a Lei da Graça, que é superior à Lei de Causa e Efeito e pode anulá-la sem contradizê-la. assim como Supremo Tribunal, apoiado nas mesmas leis, pode revogar uma sentença regional. A Lei do Espírito Santo é boa e santa; mas pode ser modificada por uma lei mais Alta, a Lei do Amor de Cristo. Este ponto é muito importante nos ensinamentos cristãos esotéricos e pouco estudado. Max Heindelo explicou muito bem mas ainda muitos estudantes não a compreenderam devidamente, para prejuízo seu.

A dor poderia ser evitada, Ela não faz parte da Harmonia, que é o esta-do natural de Deus, aquele estado que já desfrutamos e que simbolicamente chamamos de "Paraiso", Se chegamos ao ponto de não provocar mais desvios à Lei Divina, a dor deixará de existir em nossa vida, em todos os assuntos. Cada ser humano é livre para escolher entre os dois caminhos:

a) conhecer a Lei e viver de acordo com ela, em constante harmonia e felicidade; 

b)
aprender a chegar à Harmonia pelo duro caminho da dor.

No entanto, há grande benefício na dor. Costumamos dizer que o "mal é um bem em gestação", comparando o caminho do transgressor a um penoso parto de harmonia. Pe-noso, não porque Deus nos impõe a pena, mas porque resistimos e tei-mamos em continuar no erro que a provoca. Paul Carton, o sábio, num livrinho intitulado "Bem-aventurados os que sofrem", mostra em mi-núcias o valor educativo da dor e exemplifica: "vejam como é benefícios sermos advertidos com dores, de uma forte indigestão. Assim, po demos tomar medidas tempestivas para corrigi-la e, se formos sábios, poderemos compreender as causas e evitá-las de futuro. Isto se aplica a todas as espécies de males."

De nossa parte, buscamos o ca-minho da harmonia. O Cristo nos disse: "Eu vim para que tenhais vi-da e vida en abundância". E a maior lição que sacamos de sua res-surreição é a prova de que podemos liberta-nos das limitações materiais e alcançar uma harmonia permanente, consoante aquela promessa: "As obras que eu faço, vós as fareis e obras maiores ainda, se fizerdes a minha vontade".

publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio de 1973

19 de jun. de 2025

Bem - aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus;

"Zaqueu" - autor desconhecido

"A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, examente o que necessitam para o seu desenvolvimento .Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia." (Max Heindel)
A palavra-chave para esta primeira Bem aventurança é: renúncia. 

O sentido que aqui se dá ao "pobre de espírito" ou "humilde de espírito" não é o atual, tão depreciativo. Ao contrário, significa: aquele que se considera do reino dos céus e não do mundo, conforme disse Cristo: "Meu Reino não é deste mundo". "Eu venci o mundo". "Estamos no mundo mas não lhe pertencemos". E por não pertencer ao mundo, considera-se como simples depositário dos talentos divinos, embora seja diligente na administração de tudo que recebe de Deus o único dono, o Criador de quem tudo provém.

Assim, o humilde de espírito pode possuir terras, dinheiro, inteligência prestígio, títulos honoríficos, grande cultura, cargos de relevância mas conserva-se humildemente desapegado desses talentos, reservando para si apenas o que é justo e fazendo movimentar o demais para benefício da coletividade. Este assunto dá margem a longa meditação. Na verdade, o apego é um dos "senhores" mais poderosos que escravizam a humanidade. O "meu" e o "teu" vêm provocando conflitos milenares em todas as esferas humanas. A razão porque o Cristianismo nao foi estudado profundamente nas grandes Universidades se explica: "os mestres" estão mui contlicionatios por "sua" cultura para entender fundo a mensagem cristã. 

Neste sentido é que disse o Mestre: "Oculto aos sábios o que revelo aos humildes", É patética a história do moço rico. Ela está suspensa ainda, como carapuça, entrando até às orelhas daqueles que se cristalizam em seus apegos e se tornam incapazes de dar novas e melhores passos nos degraus mais altos que surgem. Felizes de quem, tendo muito, conseguem superar o apego, porque isto representa um eviderite sinal de elevaçãο. Ε como Zaqueu ele subiu pelo sicomore (elevação espiritual) para ver Cristo acima da multidão (para se por acima do comum dus homens) e Cristo vendo-o (tomando contato como Cristo interior) convidou-o a descer, porque iria pousar em sua casa (realização espiritual pela comunhão. E Zaqueu, jubiloso, prometeu repartir com os pobres metade de seus bens e devolver quadruplicado àqueles que tivesse defraudado (repartir os talentos divinos e reforma de caráter, mediante arrependimento e restituição). Assim fará o Cristo interno com todos os pecadores que desejem receber dez em sua casa (alma). 

Conta-se que um homem muito justo morreu e foi para o céu. São Pedro e recebeu calorosamente mas interrompeu a recepção para atender a algo mais importante, anunciado por um Anjo. E chegou um ricaço, cheio de luz. Chamaram os músicos, fizeram-lhe um régio acolhimento, quando S. Pedro se volta para o pobre ele estava muito aborrecido e se queixou: 

"Com efeito, São Pedro, até aqui no céu fazem diferença?".

E São Pedro justificou:

 "Mas vale o rico que se eleva ao céu, por haver vencido a tentação do apego aos muitos bens, do que o pobre, que pouco tendo, não foi tentado tão profundamente". 

Portanto, maior mérito possui aquele que, tendo grande cultura a emprega na iluminação das outros; tendo muito dinheiro, fá-lo girar de forma digna; tendo prestígio, não o perverte em favor próprio e nem para favorecer bajuladores e parentes sem mérito, senão, de de forma justa, a todo que mereça realmente; que sendo muito considera-se o menor e a todos serve sem distinção; enfim, que tenha amor, tal como como o definiu Paulo no capitulo 13 da carta aos Corintios, pois então já se tornou um instrumento consciente do Cristo interior e alcançou o legitimo sentido de Individualidade.

publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril de 1973

Análise Esotérica do Sermão do Monte (ou da Montanha)

O Sermão do Monte por Carl Heinrich Bloch
"A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, examente o que necessitam para o seu desenvolvimento .Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia." (Max Heindel)

AS BEM - AVENTURANÇAS

Grandes homens afirmam: "Se destruissem toda a bagagem da cultura humana e deixassem apenas o "Sermão do Monte" a humanidade nada perderia". Esta verdade pode ser constatada por aqueles que se dão ao trabalho de um sério estudo dessa parte dos Evangelhos. Ela representa uma súmula da mensagem cristã e, por si só, um programa de regeneração para a humanidade.

Do "Sermão do Monte", o trecho mais conhecido é o das "Bem - aventuranças". E, embora o mais conhecido, também o menos compreendido, porque as pessoas não dispõem das chaves espirituais oferecidas somente pelo Cristianismo Esotérico. Daí a dificuldade.

A Bíblia em geral não é um livro aberto, de compreensão literal, mas um livro de mistérios, "doce na boca e amargo no estômago", isto é,agradável à primeira vista, porém, de difícil assimilação, com desafios de compreensão, em virtude de suas alegorias e símbolos. Não fora assim, as verdades veladas já teriam sido deturpadas pelos interesses materialistas, através dos tempos.

Tiremos, pois, as sandálias porque estamos pisando um solo santo. só quem leva coração limpo, cheio de veneração, e a mente ansiosa de verdade, pode ser intuído e levado através de seus véus.

As "Bem - aventuranças" constituen uma síntese do espírito evangélico, uma sinopse à velha maneira oriental. Também Buda resumiu seus ensinamentos em os "oito caminhos" e Moisés em os "Dez Mandamentos".

Ao contrário de todos os mestres humanos que o precederam, Cristo não prescreveu normas de ação, propriamente ditas. Um exame global dos evangelhos nos mostra que Ele deu ensinamentos gerais relativos a estados mentais. Ele sabia que, se a mente está bem formada, os pormenores de ação, por si mesmos, serão corretos; partindo da causa (mente) para os efeitos atos deu-nos algo mais eficaz. Ele vivia. advertindo os fariseus sobre a inutilidade de observarem tantas normas dos anciãos, se tudo aquilo não correspondesse à vontade espiritual. Ora, pensar uma coisa e fazer outra é hipocrisia. Por isso os chamava de "túmulos caiados de branco" que "atavam fardos de muitos deveres aos pobres fiéis", que eles mesmos não observavam. Um rabino moder-no calculou em seiscentas as obrigações diárias impostas pelas sinagogas. Como era impossível ao fiel praticar todas elas sem desleixar seus deveres com a família, acabava ficando com sensação de culpa.

As "Bem - aventuranças" são em número de nove, o número da Humanidade. Não é por acaso, pois elas servem como passos de libertação.

No estudo a que vamos proceder, demostramos que as bemaventuranças se referem sempre ao íntimo do indivíduo e trazem mensagens nítidas de regeneração. Fá-la-emos, acompanhar de "palavras-chaves" que ajudem o leitor e amigo a memorizar estes passos.

Transcrevamo-las do capítulo 5 de Mateus:

1. Bem - aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus;

2. Bem - aventurados os que choram porque serão consolados;

3. Bem - aventurados os mansos, porque herdarão a terra;

4. Bem - aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;

5. Bem - aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia;

6. Bem - aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus

7. Bem - aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus;

8. Bem - aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

9. Bem - aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem tode o mal contra vós, por minha causa.

Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus;pois assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós.

publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril de 1973

16 de jan. de 2025

Alguns Mistérios sobre a Nova Jerusalém

A Nova Jerusalém - Fonte da imagem: Pinterest
Qual a simbologia da Nova Jerusalém?


O Templo de Salomão foi "construido sem ruído de martelos". O mais belo ornamento que ali havia era o "Mar Fundido". Hiram Abiff, o mestre dos trabalhadores, com sua final realização teve êxito em fundir todos os metais da Terra em uma mescla tão transparente como o cristal. Desde logo percebemos que se trata do luminoso Corpo Alma, que cada qual terá de possuir para poder viver na Nova Jerusalém.

Qual o significado das doze portas rodeandoa cidade?

Simbolizam os doze nervos cranianos, que são as portas para o assento da consciência, que gozará de todo aprimoramento no novo mundo formado de éter de Luz: a Nova Jerusalém.

O que representa a queda da Babilônia e o estabelecimento da Nova Jerusalém?

Nós temos duas classes de músculos,uma sob o controlo da vontade, como por exemplo o controle os músculos do braço e da mão. Essa classe tem fibras musculares cruzadas, ou seja, verticais e horizontais. Os músculos involuntários que não podem ser acionados pelo desejo, tem fibras musculares somente horizontais. O coração é a única excessão. Não está debaixo de nossos desejos e ainda assim, já começa a mostrar fibras cruzadas como os músculos voluntários. A seu tempo, essas fibras cruzadas se desenvolverão plenamente, e o coração estará sob nosso controle. Quando esse tempo chegar, estaremos aptps para dirigir o sangue para onde desejarmos enviá-lo. Então, poderemos recusar envia-lo à parte esquerda de nosso cérebro. Assim, Babilônia, a cidade de Lúcifer, cairá. 

Quando o sangue for enviado para o lado direito do cérebro, estaremos construindo a Nova Jerusalém. Agora, estamos preparando-nos para a chegada desse tempo, construindo as fibras cruzadas do coração por meio de ideais altruístas, ou, como no caso dos discípulos de uma escola de mistérios, enviando a corrente sexual através do lado dieito do coração.

Resumindo, a Babilônia indica uma mente ainda infantil e, portanto, caótica e egoísta. A Nova Jerusalém alude a uma mente espiritualizada e crística.