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O Sermão do Monte, Fra Angelico |
A sentença-chave para esta Bem- venturança é: A paz interior é o umbral para Deus.
A interpretação generalizada e exotérica desta bemaventurança é a exaltação dos que se esforçaçm por estabelecer a paz e concórdia em seu lar, em seu trabalho, onde esteja e até. através de sua influência, a paz mundial. Neste pensamento foi instituído, inclusivamente, o aspirado Prêmio Nóbel da Paz.
Mas a Cristo tinha um objetivo muito mais profundo e individual. Ele se referia à conquista da paz interior, como o melhor passaporte para Deus. Ele sabia que, sem a paz interna, não pode haver paz regional, nem nacional,nem mundial. A pacificação do mundo depende da pacificação de cada indivíduo, não por coação nem superficialmente por uma mera compreensão intelectual dessa necessidade, senão por uma profunda vivência da serenidade, que só pode verter de uma fonte: o Cristo Interior.
A lua não se pode refletir num lago, a menos que suas águas estejam calmas e imóveis como um espelho. Do mesmo modo, é preciso que nossa alma esteja perfeitamente serena, para que nela se reflita o Cristo e nos intua e oriente em todos os assuntos e condições. O que nos agita as águas são as emoções. E os pensamentos de preocupação e ansiedade correm como os vendavais. Mas o Cristo se ergue do fundo da barca de nosso corpo e, estendendo os braços, acalma as ondas e os ventos. Assim Ele fez com seus discípulos outrora; assim Ele faz conosco agora. Mas diz: "Homens de pouca fé"! Porque, em realidade, se tivéssemos convicção de Sua Presença e Poder, nem chegaríamos a deixar que as ondas e os ventos se agitassem e, assim, nem precisaríamos de chamá-Lo.
Todavia, como essa paz estável e permanente constitui uma mais longiqua, é preciso dizer: existe uma paz relativa, que pode e deve ser conquistada aqui e agora. Com o tempo ela se vai tornando mais estável. Basta não negligenciarmos o hábito de, como um namorado apaixonado, buscar to dos os dias ensejo de encontro com o nosso Cristo Interno. Não importa que de início não tenhamos um "sinal" de Presença ou de Contato. Ele nos ouve e isto basta. Isso é realmente orar: conversar com Deus. E quando chegamos a ouvir Lhe a pequenina e silenciosa voz, é mais que oração: é inspiração divina.
É preciso considerar também outros fatores, entre estes momentos de oração. Na realidade, a forma como preenchemos esses intervalos é de vital importância ao estabelecimento de nossa íntima paz. Temos notado, por exemplo, que a televisão é um dos fatores mais prejudiciais à serenidade, não tanto pela péssima qualidade do programa geral, mas, principalmente, "pela computação brutal de um cem número de impactos emocionais e imagens", que provocam uma indigestão psíquica. Talvez as pessoas embrutecidas não se apercebam disto. É pena. Quando chegam a ficar meio neuróticas, atribuem a outras coisas mas não às horas que passam ante o vídeo, recebendo passivamente um péssimo material. Para o espiritualista sincero, que deveria zelar pelas "visitas" ao seu íntimo, não compreendemos como possa permitir se tal sobrecarga. Enfim, cada qual é livre para "descer" ou "subir".
Muito mais útil é dedicarmos o tem po disponível em afazeres edificantes e puros. O exercício físico, para quem se dedica a misteres sedentários, é muito bom: a jardinagem, um passeio calmo, meditando etc. Além disso, leituras elevadas. O tempo, para quem deseja evoluir, é algo mui precioso para ser "morto" em atividades tolas.
Quando alcançamos a paz, pela convicção das verdades espirituais e, mormente pelos momentos de introspecção e contatos (as verdadeiras orações, mudas), notamos uma coisa interessante: nossa presença começa a fazer bem aos outros e a serenálos também. Nossas conversas e nosso estado de alma contagiam os que se nos aproximam. Ainda que não falemos nada, só a presença já lhes faz bem. Isto é pregar o Evangelho; mais ainda: é curar os enfermos. No fundo, essas duas coisas que serviram de sintese aos ensinamentos de Cristo, são a mesma coisa. Resumem se nesta outra citação: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Em tal estado, reunindo e preparando pessoas, vamos contribuindo para a paz no lar. na sociedade, no país e no mundo, de uma forma assaz poderosa, embora silenciosa. Mas, aquele que recebe a recompensa dos homens, nada tem a receber nos céus, quer dizer, ou servimos ao prestigio da personalidade ou ao crescimento da alma.
Além dessa paz conquistada gradativamente, existem os casos excepcionais: aquelas experiências intensas, aquelas conscientizações globais, a que a igreja cristã chama de "conversões". Tal foi aquela experiência de Saulo de Tarso, à entrada de Damasco. Mas tais casos pressupõem evolução anterior. Não há injustiça nas leis de Deus. Tudo é produto de mérito ou demérito. Que isto nos sirva de estimulo: nenhum esforço é vão.
Convidamos para que Você se junte a todos nós neste esforço de pacificação, começando pela estabelecimento da paz interior.
publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubrode 1973
A interpretação generalizada e exotérica desta bemaventurança é a exaltação dos que se esforçaçm por estabelecer a paz e concórdia em seu lar, em seu trabalho, onde esteja e até. através de sua influência, a paz mundial. Neste pensamento foi instituído, inclusivamente, o aspirado Prêmio Nóbel da Paz.
Mas a Cristo tinha um objetivo muito mais profundo e individual. Ele se referia à conquista da paz interior, como o melhor passaporte para Deus. Ele sabia que, sem a paz interna, não pode haver paz regional, nem nacional,nem mundial. A pacificação do mundo depende da pacificação de cada indivíduo, não por coação nem superficialmente por uma mera compreensão intelectual dessa necessidade, senão por uma profunda vivência da serenidade, que só pode verter de uma fonte: o Cristo Interior.
A lua não se pode refletir num lago, a menos que suas águas estejam calmas e imóveis como um espelho. Do mesmo modo, é preciso que nossa alma esteja perfeitamente serena, para que nela se reflita o Cristo e nos intua e oriente em todos os assuntos e condições. O que nos agita as águas são as emoções. E os pensamentos de preocupação e ansiedade correm como os vendavais. Mas o Cristo se ergue do fundo da barca de nosso corpo e, estendendo os braços, acalma as ondas e os ventos. Assim Ele fez com seus discípulos outrora; assim Ele faz conosco agora. Mas diz: "Homens de pouca fé"! Porque, em realidade, se tivéssemos convicção de Sua Presença e Poder, nem chegaríamos a deixar que as ondas e os ventos se agitassem e, assim, nem precisaríamos de chamá-Lo.
Todavia, como essa paz estável e permanente constitui uma mais longiqua, é preciso dizer: existe uma paz relativa, que pode e deve ser conquistada aqui e agora. Com o tempo ela se vai tornando mais estável. Basta não negligenciarmos o hábito de, como um namorado apaixonado, buscar to dos os dias ensejo de encontro com o nosso Cristo Interno. Não importa que de início não tenhamos um "sinal" de Presença ou de Contato. Ele nos ouve e isto basta. Isso é realmente orar: conversar com Deus. E quando chegamos a ouvir Lhe a pequenina e silenciosa voz, é mais que oração: é inspiração divina.
É preciso considerar também outros fatores, entre estes momentos de oração. Na realidade, a forma como preenchemos esses intervalos é de vital importância ao estabelecimento de nossa íntima paz. Temos notado, por exemplo, que a televisão é um dos fatores mais prejudiciais à serenidade, não tanto pela péssima qualidade do programa geral, mas, principalmente, "pela computação brutal de um cem número de impactos emocionais e imagens", que provocam uma indigestão psíquica. Talvez as pessoas embrutecidas não se apercebam disto. É pena. Quando chegam a ficar meio neuróticas, atribuem a outras coisas mas não às horas que passam ante o vídeo, recebendo passivamente um péssimo material. Para o espiritualista sincero, que deveria zelar pelas "visitas" ao seu íntimo, não compreendemos como possa permitir se tal sobrecarga. Enfim, cada qual é livre para "descer" ou "subir".
Muito mais útil é dedicarmos o tem po disponível em afazeres edificantes e puros. O exercício físico, para quem se dedica a misteres sedentários, é muito bom: a jardinagem, um passeio calmo, meditando etc. Além disso, leituras elevadas. O tempo, para quem deseja evoluir, é algo mui precioso para ser "morto" em atividades tolas.
Quando alcançamos a paz, pela convicção das verdades espirituais e, mormente pelos momentos de introspecção e contatos (as verdadeiras orações, mudas), notamos uma coisa interessante: nossa presença começa a fazer bem aos outros e a serenálos também. Nossas conversas e nosso estado de alma contagiam os que se nos aproximam. Ainda que não falemos nada, só a presença já lhes faz bem. Isto é pregar o Evangelho; mais ainda: é curar os enfermos. No fundo, essas duas coisas que serviram de sintese aos ensinamentos de Cristo, são a mesma coisa. Resumem se nesta outra citação: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Em tal estado, reunindo e preparando pessoas, vamos contribuindo para a paz no lar. na sociedade, no país e no mundo, de uma forma assaz poderosa, embora silenciosa. Mas, aquele que recebe a recompensa dos homens, nada tem a receber nos céus, quer dizer, ou servimos ao prestigio da personalidade ou ao crescimento da alma.
Além dessa paz conquistada gradativamente, existem os casos excepcionais: aquelas experiências intensas, aquelas conscientizações globais, a que a igreja cristã chama de "conversões". Tal foi aquela experiência de Saulo de Tarso, à entrada de Damasco. Mas tais casos pressupõem evolução anterior. Não há injustiça nas leis de Deus. Tudo é produto de mérito ou demérito. Que isto nos sirva de estimulo: nenhum esforço é vão.
Convidamos para que Você se junte a todos nós neste esforço de pacificação, começando pela estabelecimento da paz interior.
publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubrode 1973
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