7 de out. de 2025

Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem....

O Sermão do Monte Harry Anderson

 "A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia."  (Max Heindel.)

...e mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Alegrai-vos, exultai porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram os projetas que existiram antes de vós.

A sentença chave para esta bem-aventurança, è: "A paz interior suscita a paz exterior"

Esta última bem-aventurança constitui um complemento da oitava. Ela procura chamar nossa meditação para estes pontos essenciais:

a) Que todo sofrimente advindo da reação de nossa natureza inferior é benéfico, porque acabará nos despertando e conduzindo no "reto agir";

b) Que as tendências erradas que ainda vibram em nós, suscitam reações idènticas, das naturezas Inferiores de nossos semelhantes, provando-nos por meio dos atritos de relacionamento;

c)Que estes sofrimentos internos e externos dependem de apenas uma solução: a reforma interna para o "reto agir";

e finalmente,

d) Que não há mérito nenhum nos atritos externos e nos sofrimentos decorrentes. Eles são desnecessários Podem e devem ser eliminados de nossa experiência individual, através do conhecimento e vivência da Verdade.

Tudo depende do estado vibratório de nosso intimo: de sua paz ou discordia decorrem a harmonia ou desavenças que suscitamos em nosso meio ambiente. Nisso nos assemelhamos à máquina fotográfica: a chapa não pode ser batida e reproduzida, se no filme não houve o elemento químico, que reage à luz. Também nós, através do agente da discordia, de nossos próprios defeitos, registramos e criticamos nos outros o que temos em nόs. Como diz o ditado "Quem usa, cuida". Nossas críticas em relação aos defeitos alheios, as criticas que sofremos; as adversidades todas, tém a finalidade única de nos advertir da existência de erros semelhantes, que nos convidam, desse modo, para a regeneração. É comum ouvirmos conhecidos reclamarem contra a injustiça que sofrem no lar ou no trabalho: julgam-se prejudicados em direitos e consideraсão e compreensão. Quase sempre são presunçosos e vazios. Querem receber o que não đão. A justica de Deus jamais nega aquilo a que temos direito. Assim, toda idéia de perseguição e de frustração vem do intimo.

Pode ser, também, que a coisa venha do passado. É possível que agora estejamos sinceramente, dedicados ao "reto agir" e apesar disso, soframos adversidades. No caso, a compreesãо da verdade espiritual nos deve isentar de qualquer mágoa. Se ainda sofremos é porque o "agente" do orgulho continua dentro de nós. S. Bernardo disse muito bem: "Nada pode ferir-me nem atingir-me, a não ser que eu mesmo o permita" De fato, se algo encontra. guarida em nosso intimo, é porque atraimos. A Filosofia Rosacruz nos ensina "Jamais devemos nos aborrecer com as criticas. Se elas são verdadeiras, devemos ser gratos e aprovei tá-las; se não são, não cabem a nós e portanto, porque nos aborrecer? Quanto ao modo como as pessoas nos criticam, o problema é delas. Cada qual responde por seus atos."

De toda maneira, é mister humildade e positividade. Devemos estar atentos para a realidade e necessidade de reforma constante. Que tudo sirva de ensejo para aprimoramento. Que nada justifique o registro de magoa ou rancor contra quem quer que seja. Basta de registros negativos. Tomemos a resolução de incinerar, pelo arrependimento, os "arquivos negativos de nosso interior". E tiremos microfilmes para guarılar, eternamente ativo, o que existiu de bom. Esta atualização de nossos "arquivos" é sábia e indispensável.

Existe uma tradição sentimental relacionada aos mártires da cristandade e de outros movimentos edificantes. Admiramos as qualidades espirituais, a convicção e arrojo dessas pessoas. No entanto, sem o desejo de depreciar o que tinham de bom, ousamos afirmar que elas não haviam entendido bem as verdades espirituals. Os martirios poderiam ter sido evitados se elas tivessem amado realmente seus inimigos e houvessem buscado apelar para o Cristo no interior deles. Talvez tivessem arrostado um tanto precipitadamente as coisas na convicção dominante de que aquilo seria "para a gloria de Deus" ou para cumprimento de destino maduro. Não nos referimos ao Cristo. Ele não foi humano e nem um mártir. Tudo o que Ele fez, confirmando profecias, estava divinamente planejado, como bem ensina o "Conceito Rosacruz do Cosmos". Ele precisava de limpar a Terra de todo o rеgistro das transgressões coletivas, desde a queda, para livrar-nos do perigo de Caos e assegurar-nos maior facilidade evolutiva. Ele devia fazer a demonstração de "vencer o mundo" e através da ressurreição, vencer a morte. Ele disse "Tudo o que eu faço, vós o fareis e obras maiores ainda fareis, se me seguires", Servindo-nos de exemplo e de caminho. Cada qual também, à semelhança d'Ele, deve entrar para o interior de si mesmo e fazer a limpeza de seu subconsciente, para experimentar a libertação de todas as peias e eliminar os efeitos dolorosos da dor, da enfermidade, do conflito e da morte.

Nossa meta, nosso Ideal, é o Cristo.

Não o modelo do Cristo derrotado, machucado, dolorido, sofredor, pregado na cruz - a sugerir nossa escravidão atual aos erros, senão um Cristo triunfante! Um Cristo ressurreto! Um Cristo libertado!

Que esta meta vos inspire a todos, na jornada!

publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1973

Bem-aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus

O Sermão do Monte, desenho de Jacques Callot. Fonte:https://www.nga.gov/

"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia."  (Max Heindel.)

A sentença-chave para esta Bem-aventurança é: "Dominio de si mesmo".

O sentido literal deste verso vem sugerir-nos de imediato, as perseguições que sofremos por parte dos outros, quando o bem que estamos pregando se constitui num incômodo contraste com sua maneira errada de agir Poderemos pensar em Socrates, que libertava os jovens e a elite autêntica de seu tempo de todos os sofismas e, no entanto, injustamente foi condenado a beber cicuta. Poderemos pensar em Cristo e meditar que ainda hoje se Ele aparecesse sobre a Terra, seria da mesma forma injustiçado. Poderemos pensar nas injustiças que observamos em nosso ambiente de trabalho e naquela famosa frase de Rui Barbosa em que ele se mostra desiludido ante o triunfo do mal.

Mas, esta bem-aventurança, comо as demais, refere-se ainda ao intimo do Ser humano, alude à esfera estritamente individual. Cristo se preocupa com esta parte interna - origem e base das exteriores.

Mas o leitor pode levantar esta interrogação: "Se o Cristo ensina que através da retidão, alcançamos a paz, como pode considerar uma bênção sermos perseguidos por causa dessa mesma retidão?" A pergunta é natural e a resposta explica o porquê. Ele diz "Não vim trazer a paz, senão a espada" . Mas, afinal, se veio trazer a espada, que sugere luta,não veio trazer a paz que lhe é oposta! poderemos pensar!.

A questão se tornará ciara quando mostrarmos que o estabelecimento da paz vem suscitar, em nosso intimo, a reacão de nossa natureza inferior. No estágio atual de evolução, o Homem, o Espirito, conta com dois exércitos contrários: as chamadas forças do bem, formadas por tudo que temos de nobre e elevado; e as ditas forças do mal, constituidas pelos impulsos inferiores e comandadas pelo Egoismo. Os documentos mais importantes de todos os movimentos filosóficos tratam deste assunto como tema central. Zoroastro, na Persia; o "Bhagavadghita", na India; o Documento da Guerra dos FiIhos das Trevas contra os Filhos da Luz, dos Essénios (descoberto em 1947): a Lenda dos Maniqueus; o Evangelho de João; a Luta de Israel contra os Filisteus, a parábola de Sansão para citar apenas alguns, são uma mostra da importância deste assunto. No entanto, é bom repisar, tome-se sempre a questão no lado interno e individual, pois se refere à iniciaçãn. O "Novo Testamento" está cheio de citações acerca desta questão. Paulo apóstolo fala: "o bem que quisera fazer, não faço; mas o mal que não quisera fazer, esse eu faço". Ora, se faço o que não quero, quem o faz não sou eu mas o pecado que habita em mim. Quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Segundo o homem interior (o Eu real e superior), tenho prazer na lei de Deus. Mas nos meus membros outra lei batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado". (Paulo aos Romanos, 7. 19 24).

Vejam que o assunto se torna muito claro. Os hábitos viciosas que fomos adquirindo desde a chamada "queda" lutam desesperadamente pela sobrevivência, porque sabem que não têm base em a natureza de Deus e portanto, estão fadados a desaparecer, a fim de que o homem seja restituído à sua natureza divina, que é a única existente, a única que tem causa e raiz eterna. No entanto, os despojos desta luta serão preciosos, porque vão consituir um tesouro de consciência e de discernimento, que nos formarão superiores às Hierarquias que não passaram por isso. É uma compensaçãn justa a toda o sofrimento que estamos arrostando.

É oportuno lembrar que a etimologia das palavras "Demonio" e "Satanás" é o adversário, aquele que luta contra o bem. Esta compreensão tira aquele pavor que a igreja incutia no passado. Igualmente, "inferno" significa, o mais inferior, referindo se a um estado de consciència inferior. a uma condição de sofrimento, de "fossa". Tudo, em última análise. se dá no intimo de cada ser humano, E, como dissemos, a grande arma da vitória é a Verdade, o conhecimento aplicado, vivenciado profundamente, que atinja e regenere o subconsciente.

E o prêmio desta bem-aventurança é: porque deles é o reino dos céus - aquele estado supremo, o mais elevado. em que o homem, como ser espiritual, se sente realmente livre, em seu natural estado, no de todas as promessas e partilhando do banquete oferecido ao vitorioso "filho pródigo". Recordem que o Pai ofereceu o "cevado da sabedoria" ao filho que estava perdido e nada deu ao filho que havia ficado com Ele. A explicação esotérica é esta: maior mérito possui o que teve a coragem de enfrentar as vicissitudes da jornada evolutiva e dela tornou cheio de experiencias e de riquezas animicas, do que o Espirito que, permanecendo junto a Deus, nada acrescentou a si mesmo. Dai que sejam bem-aventurados os espiritos peregrinos que tomam sua parte da herança divina (as faculdades espirituais latentes) e as arriscam na senda evolutiva. Dessa jornada retornam cheio de cicatrizes, de experiências e de glórias.

 publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro de 1973

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

O Sermão do Monte, Fra Angelico
"
A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia."  (Max Heindel.)

A sentença-chave para esta Bem- venturança é: A paz interior é o umbral para Deus.

A interpretação generalizada e exotérica desta bem-aventurança é a exaltação dos que se esforçam por estabelecer a paz e concórdia em seu lar, em seu trabalho, onde esteja e até. através de sua influência, a paz mundial. Neste pensamento foi instituído, inclusivamente, o aspirado Prêmio Nóbel da Paz.

Mas a Cristo tinha um objetivo muito mais profundo e individual. Ele se referia à conquista da paz interior, como o melhor passaporte para Deus. Ele sabia que, sem a paz interna, não pode haver paz regional, nem nacional,nem mundial. A pacificação do mundo depende da pacificação de cada indivíduo, não por coação nem superficialmente por uma mera compreensão intelectual dessa necessidade, senão por uma profunda vivência da serenidade, que só pode verter de uma fonte: o Cristo Interior.

A lua não se pode refletir num lago, a menos que suas águas estejam calmas e imóveis como um espelho. Do mesmo modo, é preciso que nossa alma esteja perfeitamente serena, para que nela se reflita o Cristo e nos intua e oriente em todos os assuntos e condições. O que nos agita as águas são as emoções. E os pensamentos de preocupação e ansiedade correm como os vendavais. Mas o Cristo se ergue do fundo da barca de nosso corpo e, estendendo os braços, acalma as ondas e os ventos. Assim Ele fez com seus discípulos outrora; assim Ele faz conosco agora. Mas diz: "Homens de pouca fé"! Porque, em realidade, se tivéssemos convicção de Sua Presença e Poder, nem chegaríamos a deixar que as ondas e os ventos se agitassem e, assim, nem precisaríamos de chamá-Lo.

Todavia, como essa paz estável e permanente constitui uma mais longiqua, é preciso dizer: existe uma paz relativa, que pode e deve ser conquistada aqui e agora. Com o tempo ela se vai tornando mais estável. Basta não negligenciarmos o hábito de, como um namorado apaixonado, buscar todos os dias ensejo de encontro com o nosso Cristo Interno. Não importa que de início não tenhamos um "sinal" de Presença ou de Contato. Ele nos ouve e isto basta. Isso é realmente orar: conversar com Deus. E quando chegamos a ouvir Lhe a pequenina e silenciosa voz, é mais que oração: é inspiração divina.

É preciso considerar também outros fatores, entre estes momentos de oração. Na realidade, a forma como preenchemos esses intervalos é de vital importância ao estabelecimento de nossa íntima paz. Temos notado, por exemplo, que a televisão é um dos fatores mais prejudiciais à serenidade, não tanto pela péssima qualidade do programa geral, mas, principalmente, "pela computação brutal de um cem número de impactos emocionais e imagens", que provocam uma indigestão psíquica. Talvez as pessoas embrutecidas não se apercebam disto. É pena. Quando chegam a ficar meio neuróticas, atribuem a outras coisas mas não às horas que passam ante o vídeo, recebendo passivamente um péssimo material. Para o espiritualista sincero, que deveria zelar pelas "visitas" ao seu íntimo, não compreendemos como possa permitir -se tal sobrecarga. Enfim, cada qual é livre para "descer" ou "subir".

Muito mais útil é dedicarmos o tempo disponível em afazeres edificantes e puros. O exercício físico, para quem se dedica a misteres sedentários, é muito bom: a jardinagem, um passeio calmo, meditando etc. Além disso, leituras elevadas. O tempo, para quem deseja evoluir, é algo mui precioso para ser "morto" em atividades tolas.

Quando alcançamos a paz, pela convicção das verdades espirituais e, mormente pelos momentos de introspecção e contatos (as verdadeiras orações, mudas), notamos uma coisa interessante: nossa presença começa a fazer bem aos outros e a serenálos também. Nossas conversas e nosso estado de alma contagiam os que se nos aproximam. Ainda que não falemos nada, só a presença já lhes faz bem. Isto é pregar o Evangelho; mais ainda: é curar os enfermos. No fundo, essas duas coisas que serviram de sintese aos ensinamentos de Cristo, são a mesma coisa. Resumem se nesta outra citação: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Em tal estado, reunindo e preparando pessoas, vamos contribuindo para a paz no lar. na sociedade, no país e no mundo, de uma forma assaz poderosa, embora silenciosa. Mas, aquele que recebe a recompensa dos homens, nada tem a receber nos céus, quer dizer, ou servimos ao prestigio da personalidade ou ao crescimento da alma.

Além dessa paz conquistada gradativamente, existem os casos excepcionais: aquelas experiências intensas, aquelas conscientizações globais, a que a igreja cristã chama de "conversões". Tal foi aquela experiência de Saulo de Tarso, à entrada de Damasco. Mas tais casos pressupõem evolução anterior. Não há injustiça nas leis de Deus. Tudo é produto de mérito ou demérito. Que isto nos sirva de estimulo: nenhum esforço é vão.

Convidamos para que Você se junte a todos nós neste esforço de pacificação, começando pela estabelecimento da paz interior.

Veja as demais bem-aventuranças aqui
publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubrode 1973

5 de out. de 2025

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.

O Sermão do Monte, Julius Schnorr von Carolsfeld

"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino  que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia."  (Max Heindel.)

A sentença-chave desta bem-aventurança: Bodas Crísticas pela pureza.

A promessa aqui contida é: ver a Deus. Mas Deus não é corpóreo e, se fosse, não seria Deus. Compreendemos o que Cristo disse à mulher samaritana: "Tempo chegará e já chegou, em que não adorareis mais a Deus neste Monte, nem nos templos, porque Deus é Espírito e Verdade, e cumpre que o adoreis em Espírito e Verdade." Então, como podemos vê-Lo?

"Agora conhecemos em parte, mas então conheceremos como também somos conhecidos." .. face a face, não através de espelhos, não por reflexos. É o que se dará: uma percepção interior, uma experiência de contato crístico - a conscientização da Presença.

Mas, para isso, há uma condição e um meio: um coração limpo. Que quer dizer Cristo com isso? Coração limpo é: pureza do subconsciente, do mais profundo do ser. Não basta compreender intelectualmente a verdade e almejá-la. Entre compreender e almejar, até alcançarmos a realização espiritual, sabemos que há um abismo. Os médicos, em geral, conhecem muito bem a higiene e as enfermidades. "Conhecem." Mas acabam adoecendo e sofrendo como outros que nada sabem. Muitos letrados e sábios falam brilhantemente sobre problemas transcendentais, mas vivem como pessoas comuns. Muitos estudiosos e graduados em conhecimento bíblico e teologia andam com a Bíblia debaixo dos braços e na sua memória;todavia ainda não alcançaram as promessas nela anunciadas. Por quê? Porque falta a reforma profunda, que atinge o subconsciente.Em primeiro lugar, eles não possuem as chaves para o verdadeiro conhecimento do ser, trate-se de saúde física, moral ou mental, que no fundo é a mesma coisa. Uma coisa não está desligada da outra. As pessoas se acham desorientadas no labirinto das especializações, sem uma base profunda que lhes permita enxergar a Unidade e os leve a considerar as indispensáveis ​​correlações.

Sobretudo, as pessoas estão pouco dispostas a ficar puras. Elas se comprazem com a escravidão: na Inglaterra e nos Estados Unidos foram liberados os tóxicos e já existem no mercado cerca de uns quarenta cigarros de maconha... O conceito de liberdade está invertido: a liberdade para os prazeres do sentido representa, opostamente, a escravidão para o Ser real que nos habita e que vai perdendo, desse modo, sua margem de expressão. O decreto da falência de equilíbrio de há muito foi promulgado: nos países, ditos os mais civilizados, há os maiores indices de suicídio; neles, os hospitais de doenças nervosas se multiplicam. Até Herodes reviveu neste Tempo do Fim, na Lei norte-americana que autoriza o aborto legal por até três meses de gravidez.

Não só o Cristo mas os nobres cavaleiros de nossos ideais, estão ameaçados. Parsifal continua lutando e sofrendo pelo mundo, sem poder usar a espada do poder a seu favor. Anfortas continua curtindo as dores do remorso, sem as águas purificadas do Cisne. E o lírio entreaberto, na fachada do Templo de Salomão, espera pacientemente pelos puros de coração.

O maior perigo na hora presente é o desanimo dos homens de boa vontade. Estejamos alertas. A questão é interna, é individual, é silenciosa. Precisamos trabalhar em retiro interno, sem alarde praticando persistente e zelosamente os exercícios, vigiando e orando. "Eis que vos atiro de encontro de lobos; sede, pois, simples como as pombas mas prudentes como as serpentes", quer dizer, continuemos no mundo sem pertencer-lhe; sinceros em nossos ideais, sem pregá-los ostensivamente, senão por exemplo e utilizando a sabedoria dos iniciados.

Lembremos da história do sapateiro: ele vivia e trabalhava no meio do povo. Seu irmão, eremita, refugiava-se por longos periodos na montanha, em estéril meditação; não exercitava a tentação do convívio humano. Certa vez, como de costume, foi em visita ao irmão sapateiro. Em sua conversa buscava sempre convencê-lo a abandonar o mundo e juntar-se-lhe em retiro. Ele, o eremita, sempre trazia no peito, uma pedrinha de gelo intacta, como símbolo da pureza das montanhas nevadas; era um filho da água. Seu irmão, o sapateiro, mantinha no peito uma brasa acesa, emblema dos "filhos do fogo" e da ação. Conversavam eles quando entrou uma mulher muito bonita e pediu os sapatos que mandara consertar. Tomou-os e, ao calçá-los ergueu as pernas, deixando-as à mostra. Isto embaraçou sobremaneira o eremita: ruborizou-se e a pedrinha de gelo começou a derreter... Mas o sapateiro, ao contrário, atendeu-a naturalmente, e depois que a freguesa saiu, voltando-se ao irmão, disse: "veja, irmão, acho mais conveniente que venhas exercitar a tua pureza na cidade para que ela não se torne como a manteiga ao sol".

O mesmo dizemos aos nossos estudantes rosacruzes - Filhos do fogo. Sejamos artesãos da verdade, construtores de bom exemplos, imunes e esclarecidos aos erros generalizados e até legalizados. Exercitemos a pureza no meio da batalha diária da existência, em meio aos pequenos desafios da vida. Aquele que morre deitado e sem lutar não merece o Valhala da bem-aventurança, não pode desfrutar da verdade e nem comer da sabedoria.

Veja as demais bem-aventuranças aqui
publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro de 1973

2 de out. de 2025

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

O Sermão do Monte, Gustave Doré
"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia"  (Max Heindel.)

A sentença chave para essa bem-aventurança é: "Pense com Amor".

Disse Cristo: "Assim como o homem pensa em seu coração, assim ele é". "Onde está o seu coração, aí está o seu tesouro." Ora, sabemos que a Bíblia, quando fala em coração, refere-se ao mais íntimo do homem, ao imo, ao subconsciente. O Cristo lia os pensamentos das pessoas e frequentemente denunciava a hipocrisia. Pensar uma coisa e fazer outra é falsidade. "Seja o vosso falar: sim, sim! não, não! Por-que tudo o que saia disto é obra do demônio" (o adversário em nós).

De fato, a misericórdia deve começar no pensamento, na causa, para que seja coerente e válida, quando expressa em atos. Quem ama em nós é o Cristo interno, o Senhor do Amor, o próprio Amor. "Deus é Amor e quem vive em Amor vive em Deus e Deus nele". Infelizmente, quando o impulso de amor, de misericórdia, cai em nossa mente concreta e dali vai ao corpo de desejos, para envolver-se em matéria emocional, corre um grande perigo na jornada: o de sofrer os condicionamentos de nossa personalidade, de ser disvirtuado por nossos interesses e preferências afetivas e pontos de vista pessoais. É como a cálida e límpida água que entra no coador e sai tingida pelo café: damos a cor de nossa personalidade aos impessoais impulsos do espírito. É mister, então, exercitarmos a introspecção, a busca sincera do Cristo, para Lhe sentirmos os designios e corajosamente os pormos em ação, tais como os recebemos. Pessoas sensíveis e boas recebem intuições para agir corretamente. Max Heindel recomenda seguirmos esse primeiro impulso, que é sempre bom. Agora sabemos o que é bom e agimos por dever (levando a personalidade a obedecer a Cristo). Mas no futuro agiremos espontaneamente por amor.

Se a misercórdia deve começar na origem, na causa, no pensamento e terminar coerente e fielmente na ação, convém observarmos nosso comportamento nas "críticas". Notem quantas vezes somos faltos de misericórdia, sobrecarregando com a força de nosso pensamento, e até de nossas palavras desamorosas, um pobre irmão curvado ao peso do fardo da aflição, da tentação e do erro. Ao contrário, se agimos por impulso de amor crístico, buscando ver nele o Cristo, que o torna nosso irmão, aí estaremos contribuindo para que nele se desperte a vontade espiritual de erguimento e ficaremos livres de atrair sobre nós a falta de misericórdia de outras pessoas. Quando exercemos misericórdia autêntica, profunda, que se iniciou com um pensamento de compreensão e de bondade, por certo colheremos os frutos de misericórdia que plantamos, segundo lei infalível do Senhor: "Aquilo que semeares, isso mesmo colherás". Lembremos a resposta de Cristo àqueles que o criticavam por se achar entre os pecadores: "Eu vim para aqueles que têm necessidade de mim". Como Cristos em formação, devemos pensar e agir de modo idêntico. Se não exercermos misericórdia quando ela se faz necessária, quando a faremos? "Haja, pois, em vós, o mesmo sentimento que houve em Cristo-Jesus". Lembremos, ademais, o que diz o final de nosso Ritual devocional: "Esforcemo-nos por esquecer, diariamente, os defeitos de nossos Irmãos e procuremos servir à divina essência neles oculta, o que constitui a base da fraternidade".



publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto de 1973

20 de jul. de 2025

Bem - aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

O Sermão do Monte, Harold Copping
"A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia." (Max Heindel.)

A sentença-chave para esta bem-aventurança é: Busca e aplicação da Verdade.

Graças ao fermento de Cristo, a humanidade cresce na aspiração, na busca e na vivência da Verdade.

O que se deseja significar por Justiça? É conduta reta?

Não apenas isso. Muitas vezes as pessoas fazem coisas com as quais não estão de acordo. Pensam uma coisa e fazem outra: isto se chama hipocrisia. Justiça é pensamento reto, verdadeiro, em todos os assuntos e condições da vida. Sabemos, à luz da Filosofia Rosacruz, que todas as coisas criadas têm um correspondente arquétipo na região do pensamento concreto, ou no segundo céu; que esse arquétipo vibratório determina a duração de seus correspondentes materiais; que uma criação material não pode ser mudada nem destruída, se primeiramente o arquétipo não foi transformado ou destruído, "lá".

O mesmo se passa com nossos pensamentos e ações. Criamos mentalmente e depois a idéia toma expressão física. "Assim como é em cima, é em baixo; como é no Macro é no Micro".

A humanidade está infeliz. Isso mostra que suas criações mentais não são verdadeiras. Mas, como transformar as coisas? Como pode o homem tornar sua vida feliz? Simplesmente mudando suas criações e, através da Verdade, ir apagando em seu subconsciente as imagens criadas defeituosamente. Isto se aplica à recuperação da saúde, à reconquista da paz interior; à normalização de todas as condições da vida. Isto é saúde total, porque o homem é um ser complexo, expresso em condições físicas, emocionais e mentais. Quando a causa, a idéia, é correta, a emoção também e o ato justo, numa coerência e unidade feliz com o Cristo Interior, que é o Pensador. Se chegamos a isso, o Cristo passa a exprimir-se através de nós e então já não seremos "aquela fonte incoerente que jorra, ao mesmo tempo, água salgada e doce"; não seremos mais aquela boca que "ao mesmo tempo louva a Deus e amaldiçoa a seu irmão”.

Ter fome e sede de justiça é aspirar ardentemente por essa condição ideal: de pensar, sentir e agir segundo a Vontade de Deus. Nessa aspiração, reza o estudante rosacruz: "Faze que as minhas palavras e os ditames do meu coração sejam sempre agradáveis à Tua Presença, ó Senhor, minha Força, meu Redentor".

Mas há uma grande dificuldade em sua consecussão: nossos hábitos mentais viciosos. Queiramos ou não, ignoremos ou não, o bojo do grande "iceberg" citado na psicologia, carrega, abaixo do limiar das ondas de nosso corpo de desejos, os vícios e condicionamentos do passado. Eles estão à espera de regeneração. É preciso fazer justiça com tais pensamentos e conceitos do passado. Não quer dizer julgá-los, condená-los, oferecer-lhes resistência. Nada disso.

Fazer justiça é doutrinar o subconsciente, é convencer-se profundamente de novas verdades e persistir nelas, sem alimentar as anteriores, até que elas morram de inanição. Mas é preciso muita vigilância. Como a Hidra de Lerna vencida por Hércules, que tinha apenas uma cabeça verdadeira e as noventa e nove, falsas, nossa natureza inferior tem uma só raíz: o egoísmo que sabe dissimular e disfarçar--se, não de noventa e nove formas, senão de mil formas diferentes, sutis.

A propósito disso, cabe narrar uma lenda interessante: a verdade estava certo dia se banhando num rio. Veio a mentira e, ocultamente, tirou a roupa,deixou ali, vestiu a da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do banho e viu os trajes da mentira, negou-se a vestilos. Foi nua para a cidade e lá quizeram apedrejá-la. Foi obrigada a voltar e por os vestidos da mentira. Desde então, a verdade anda pelo mundo disfarçada de mentira; e esta, camuflada de verdade.

De fato, quantas vezes somos induzidos pelas opiniões correntes, a inverter as verdades dos fatos? "A verdade de Deus é loucura para os homens" e a "Verdade dos homens é estultícia para Deus". Se não tivessemos a ajuda de uma escola iniciática, como a Fraternidade Rosacruz, onde contamos com estudos baseados nas investigações diretas do iniciado Max Heindel, estaríamos sujeitos a muitos enganos. Mas com esta base tudo se facilita. Recebemos "chaves" espirituais preciosas, de discernimento.

O mal que os estudantes se impõem, é a impaciência. Querem resultados a curto prazo. Levam tantos anos para chegar na "fossa" e depois querem retornar ao "monte" da noite para o dia. Não é possível. Pode-se abreviar, pode-se indicar o caminho "do meio", o cetro do Caduceu. Mas, estarão dispostos a aguentar a subida reta? Eles têm coragem para "tomar o reino dos céus por assalto?" Aí está: quase sempre buscam uma fórmula milagrosa e, por isso, vêem-se frequentemente sujeitos ao embuste e exploração de falsos mestres "que proclamam poderes e os vendem". É preciso repetir muitas vezes: o verdadeiro orientador espiritual não cobra nem dinheiro nem prestígio; ele busca, amorosa e altruisticamente, desde o começo, libertar o Aspirante de todas as limitações internas e dependências externas, levando-o a conquistar o pleno domínio de si mesmo. Só desse modo ele pode cumprir o objetivo de seu treinamento: o de se tornar, também, num ponto de apoio e orientação dos demais, passando adiante o benefício recebido, a fim de que a humanidade seja redimida.

Aprendemos que o exercício de retrospecção noturna nos leva a esquadrinhar o íntimo e, com sua persistência, logramos trazer à tona da consciência, fatos até esquecidos, lá do subconsciente. Então podemos reexaminá-lo sob nova luz e mostrar de forma bem clara ao subconsciente porque ele está errado e porque deve admitir um conceito mais verdadeiro do fato.

A psicologia moderna nos ensina a reeducar o subconsciente. Todavia, por experiência própria, confirmada pela de outros Estudantes, sabemos que os meios espirituais são mais eficientes. Basta que, para completar o efeito beneficioso da retrospecção, se faça a meditação matinal, também recomenda por Max Heindel como meio iniciático. Este exercício nos leva a uma curiosa introvisão: vamos tomando contato com nosso Cristo Interno; somos levados a uma conscientização de nossa real identidade, de nosso Eu verdadeiro e superior. É um sentir do que está atrás do véu, lá na sala ocidental do tabernáculo humano. E há muitos indícios desse contato, segundo a natureza individual. Mas um efeito sempre subsiste: o extraordinário bem-estar e paz interior que se experimenta após o exercício.

Em conclusão, todo "filho do fogo" faz diligente, perseverante e amorosamente sua parte, para merecer a "graça" da ajuda de seu Cristo interno. Ele "ora e vigia" para que os nobres intentos do espírito, que lhe chega a mente concreta como um pensamento--forma, abram caminho valentemente através do corpo de desejos e cheguem à ação, fielmente, sem deixar-se trair pelas insinuações do caminho; ele busca fazer como "A Mensagem a Garcia": que o propósito sempre bom do espírito chegue incólume e sem disvirtuamentos à ação. Ele confia na promessa feita por Deus através do salmista: "A batalha não é vossa, mas é minha".

Veja as demais bem-aventuranças aqui

publicado na Revista Serviço Rosacruz de Julho de 1973

6 de jul. de 2025

Bem - aventurados os mansos, porque herdarão a terra

O Sermão do Monte Jacques Tissot
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A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento.Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia"  (Max Heindel.)

A sentença chave para esta Bem-aventurança é: Instrumento consciente de Deus.

O sentido comum e atual de mansidão, fez com que muitos cristãos passassem por cima desta bem - aventurança. Pensam eles mais ou menos assim: "Isto é impraticável! Se eu for bonzinho acabam comigo! Estamos numa época de agressividade econômica e se eu não me puser de mangas arregaçadas e decididamente na luta, acabo arruinado. Alias, em todas as relações, sociais e familiares precisamos de nos impor!". E com essa interpretação, põem de lado e desaproveitam um grande principio!

Ora, a agressividade, no tempo de Cristo, era maior ainda. Ele devia estar sabendo o que ensinava. Dizer-se cristão e praticar apenas aquilo que julgamos conveniente, é hipocrisia. Ou confiamos ou não confiamos na sabedoria do Mestre. Quem omite um dos princípios, já falhou em todos!

O sentido esotérico de mansidão, não é o de ser uma espécie de capacho, uma criatura aviltada, sem dignidade, arrastando-se como verme e provavelmente hipócrita. Isto seria ridículo. O problema não está na relação com os demais, mas no comportamento conosco mesmos. E. um estado mental e de coração. Ser manso é não oferecer resistência ao Cristo, em nós, é a realização da promessa de grandes obras; que somente dele podemos receber a inspiração, a intuição, para agir acertadamente em todas as situações, sem deixarmos de ser nós mesmos, ao contrário, para sermos uma perfeita individualidade, pois somos espíritos e os corpos meros instrumentos dele. E ter perfeita certeza de que Deus é tudo em todos; é justo, é amoroso. Daí então, passamos a nos entregar completamente a Ele, a fim de que Sua Vontade se cumpra em nós.

Esse é o meio seguro de herdarmos a terra. Mas, que é a terra? É o globo terrestre? É a conquista mundana?

Não. terra, aqui, tem o sentido de manifestação, de verbo feito carne, de consequência. Ora, se a causa é o pensamento, o efeito é o ato. Mas, que ato? Herdar a terra quer dizer: agirmos de acordo com a Vontade Cristica em nós e colhermos resultados sempre bons; é ter domínio sobre as circunstâncias é viver conforme as leis e conduzir a vida em harmonia, em todas as esferas de experiência.

Moisés, depois de Cristo é o maior exemplo bíblico de mansidão. Ele se conformou inteiramente à vontade de Deus, compreendendo que nada perdia com isso, senão ganhava e glorificava a Deus. Quando Paulo apóstolo disse: "Não mais eu quem vive, mas o Cristo em mim", queria significar mansidão, ou seja, que não era mais a personalidade ou natureza inferior quem o dirigia, senão o Cristo, nele. Cristo exprimia a perfeita unidade e mansidão quando declarou "Eu e Pai somos Um"; "Não sou eu quem faz as obras. mas o Pai em mim"; "Quem vê a mim vê ao Pai". E a parábola da videira e dos ramos (*) é um convite dos mais expressivos, nos Evangelhos, para alcançarmos essa mansidão e, através dela, alcançar os melhores e mais impessoais frutos de êxito e de felicidade, ou seja, "herdar a terra".

É um engano pensar que precisamos de convencer Deus a se manifestar em nós. Nós é que temos de quebrar a nossa própria relutância em aceitá-lo; nós é que tememos deixar as coisas que nos agradam e que precisamos dissolver para que o Cristo se nos manifeste; nós é que precisamos rasgar o véu que nos encobre o Altíssimo, pela renúncia ao anti-Cristo em nós...

Ninguém pode servir a dois senhores...

Hércules! Hércules! Acorda!

Até quando permanecerá Prometeu acorrentado e devorado?

(*) Nota: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto." (João 15:1-2)


publicado na Revista Serviço Rosacruz de Junho de 1973